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Dólar em quebra no mercado de rua após máximos históricos

O preço pedido pelo dólar norte-americano nas ruas de Luanda está em quebra há vários dias, descida que quem vende relaciona com falta de kwanzas, a moeda nacional angolana, para poder fazer negócio.

Rede Angola:

Numa ronda feita pela Lusa em Luanda, as ‘kinguilas', como são conhecidas as mulheres que transaccionam informalmente na rua, pedem entre 320 a 380 kwanzas para vender cada dólar. Há pouco mais de duas semanas esse valor, que vinha sempre a crescer, chegou à marca histórica de 420 kwanzas para comprar apenas um dólar.

"Não está a ser fácil conseguir o kwanza para comprar o dólar [para depois vender], por isso há menos negócio", explica uma destas ‘kinguilas', no centro de Luanda, sem se identificar, já que este é um negócio ilegal.

Em alguns pontos da capital angolana há já quem venda o dólar a menos de 300 kwanzas, como a Lusa constatou na mesma ronda, embora com menos negócio.

Com o acesso a divisas praticamente suspenso nos bancos angolanos e as casas de câmbio oficiais sem dólares, o mercado de rua tornou-se há muitos meses na única alternativa para quem pretende enviar divisas para o exterior e mesmo viajar.

Também é conhecido o caso de trabalhadores expatriados que, após aguardarem meses para conseguirem concretizar a transferência de salários para os países de origem, recorrem ao mercado informal para obter divisas.

Contudo, o mercado de rua pratica preços especulativos, como as próprias mulheres o confirmam. "Hoje está a um preço, mas amanhã já mudou. E depende da quantidade [a trocar]", conta à Lusa outra destas ‘kinguilas' de Luanda.

O câmbio oficial do Banco Nacional de Angola aponta coloca cada dólar a valer pouco mais de 159 kwanzas, que apesar da descida que se verifica na rua ainda é metade dos preços pedidos pelo mercado informal.

Em Junho de 2014, antes de começar a crise da cotação do petróleo, o mercado de rua e a taxa oficial estavam praticamente equiparados, nos cerca de 100 kwanzas por cada dólar.

Angola viva há cerca de um ano e meio uma profunda crise financeira, económica e cambial, decorrente da crise da cotação do crude no mercado internacional, que fez diminuir para menos de metade as receitas com a exportação de petróleo e com isso a entrada de divisas no país, necessárias nomeadamente para garantir as importações de alimentos.

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