No mesmo levantamento da Abacus e da JLL, assinala-se que, embora possa "parecer um número excessivo", a construção deste volume de 700 novos apartamentos justificou-se face à "procura que existia e com a previsão da absorção" pelo número de expatriados das principais empresas petrolíferas a operar em Angola, de empresas médias ou face ao mercado local. "Para 2015, e dada a realidade do sector petrolífero, poderá haver algum ajuste nesta procura. Num prazo de três a quatros anos, prevê-se uma limitada entrada de apartamentos novos no mercado para comercialização", refere o estudo, numa alusão aos efeitos da crise da cotação do petróleo bruto no mercado internacional.
É também analisado o mercado do arrendamento de apartamentos no centro de Luanda e arredores, concluindo que no perímetro central da cidade os valores mensais chegam a 18.000, novos. Apartamentos usados chegam a ser alugados por 12.000 dólares mensais. A zona mais cara do estudo cinge-se aos bairros da Maianga, Alvalade, Vila Alice, Bairro Azul ou Maculusso, envolvendo apartamentos de tipologia T2 e T3. Os valores mais acessíveis para arrendamento de apartamentos usados são praticados, de acordo com o estudo, em Viana e Benfica, nos arredores de Luanda, com preços médios mensais à volta de 1.500 dólares. Já arrendar uma moradia (T5) na zona mais antiga de Luanda pode chegar aos 25.000 dólares por mês.
"Outra característica deste segmento prende-se com a exigência dos proprietários no recebimento das rendas antecipadas, no equivalente de 6 a 12 meses de renda, para contratos médios de três anos", observa a consultora Abacus. Refere ainda que o mercado de arrendamento residencial em Luanda é "cada vez mais importante" e "caracteriza-se, actualmente, por uma clara falta de oferta de espaços adequados" aos planos empresariais das organizações, estando, no entanto, em curso uma correção em termos de tipologias. "Reforça-se a ideia da necessidade do investimento imobiliário institucional, para responder às exigências do mercado empresarial", sustenta o estudo.
Altas patentes militares, membros do Governo, empresários locais, funcionários da banca, quadros superiores de petrolíferas, expatriados, funcionários de embaixadas, de empresas diamantíferas, empresários estrangeiros e a "emergente classe média" angolana são os principais clientes do mercado de imobiliário de Luanda, concluem as duas empresas.