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RDCongo: antigos dirigentes do Quénia, Etiópia e Nigéria lideram processo de paz

Os líderes dos países da África Austral e Oriental designaram três antigos dirigentes do Quénia, da Etiópia e da Nigéria como facilitadores de um processo de paz no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), segundo um comunicado conjunto.

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Uhuru Kenyatta, antigo Presidente do Quénia, Olusegun Obasanjo, antigo chefe de Estado da Nigéria, e Hailemariam Desalegn, antigo primeiro-ministro da Etiópia, foram nomeados “facilitadores do processo de paz (...) no leste da RDCongo”, escreveram os dois blocos num comunicado de imprensa conjunto, divulgado na Segunda-feira à noite.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) e a Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês) realizaram uma cimeira no início de Fevereiro, apelando a um “cessar-fogo imediato” no leste da RDCongo, onde o conflito se intensificou nas últimas semanas.

Numa ofensiva, o grupo armado M23 e os seus aliados ruandeses tomaram o controlo de Goma e Bukavu, as capitais das províncias do Kivu do Norte e do Kivu do Sul, e os combates têm-se intensificado.

Os dois blocos acordaram na sua cimeira do início de Fevereiro em fundir os processos de paz de Luanda e de Nairobi, que têm tentado encontrar uma solução pacífica para o conflito nos últimos anos. 

De acordo com o texto, os objectivos dos três facilitadores incluem “um cessar-fogo imediato e incondicional”, o acesso à ajuda humanitária e a segurança do aeroporto de Goma, a principal cidade do leste da RDCongo. 

No comunicado refere-se ainda que a SADC e a EAC irão reunir-se na Sexta-feira para “trabalhar nos pormenores do cessar-fogo”.

De referir que João Lourenço, que assumiu no início de Fevereiro a presidência rotativa da União Africana (UA), em entrevista à Jeune Afrique, tinha manifestado disponibilidade para continuar empenhado na mediação do conflito mas, na ocasião, acrescentou que deve haver outros países e chefes de estado que se disponibilizam para tal. 

Os combates no leste da RDCongo já provocaram milhares de mortos, segundo a ONU, e fazem temer uma repetição da chamada Segunda Guerra do Congo (1998-2003), que durou até 2003, envolvendo muitos países africanos e provocando milhões de mortos devido à violência, às doenças e à fome.

Kinshasa acusa Kigali de querer controlar a exploração e o comércio de minerais - de que o subsolo do leste da RDCongo é rico - utilizados sobretudo em baterias e equipamento electrónico.

O Ruanda nega esta acusação e afirma que a sua segurança é ameaçada por certos grupos armados presentes na região, nomeadamente as Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), criadas por antigos dirigentes hutus do genocídio dos tutsis no Ruanda.

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