No fórum – alusivo aos 50 anos de independência nacional e que decorre até esta Sexta-feira, em Luanda – a ministra de Estado afirmou que "no Ensino Superior, registaram-se significativos avanços quantitativos e qualitativos, sendo de assinalar a existência de cerca de 345 mil estudantes matriculados, em 105 instituições de Ensino Superior em funcionamento".
Nesse sentido, adiantou que o número de diplomados aumentou, registando-se "nos últimos cinco anos, 92.013 graduados em várias áreas, o que permite responder às necessidades do mercado de trabalho e da economia nacional".
Na ocasião, a governante falou ainda sobre as prioridades previstas no Plano de Desenvolvimento Nacional para o período 2023-2027.
"As prioridades de intervenção previstas no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027), em matéria educativa, nomeadamente, desenvolver a Educação Pré-Escolar, expandir as redes de escolas do Ensino Primário e Secundário, alargar a oferta de educação digital e seus níveis de literacia digital, melhorar a rede de instituições do Ensino Superior e a oferta de cursos de graduação e pós-graduação e melhorar a qualidade do ensino ministrado, desenvolver o sistema de garantia de qualidade no sistema educativo e de certificação do Ensino Superior, promover a investigação nas universidades e nos centros de investigação do país", afirmou a governante, citada num comunicado do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, a que o VerAngola teve acesso.
Apontou ainda o facto de, no ano passado, se ter avançado com a avaliação externa dos cursos de Medicina e Ciências da Saúde e da Educação, cujo processo será alargado a outras áreas: "Este processo de avaliação externa de cursos será expandido para outras áreas, pois será um factor crucial para a melhoria da qualidade do ensino superior", apontou.
Quanto aos professores nos estabelecimentos públicos e privados, a ministra, citada pela Angop, apontou que o país tem aproximadamente 12 por cento de docentes com o título de doutores e 37 por cento mestres.
"É nossa ambição continuar a aumentar o número de doutorados para corresponder às exigências da União Africana e até 2063, 50 por cento dos docentes municipais serem doutores", referiu.
Falou ainda do facto de ser preciso mobilizar mais recursos, em termos humanos e financeiros, para assegurar o acesso universal das crianças ao sistema educativo.
Quanto ao fórum, disse tratar-se do lugar para reflectir profundamente acerca da educação e ensino.
"Este fórum é o lugar e o momento para fazermos uma profunda reflexão sobre que educação e ensino precisamos para satisfazer as aspirações inerentes ao desenvolvimento humano e social e sobre o que precisamos de continuar a fazer para assegurar a melhoria contínua da qualidade do serviço educativo", disse.
"Estão aqui reunidas, personalidades nacionais e estrangeiras, com perfil apropriado para gerarem novas ideias que possam contribuir para repensar as políticas educacionais e mudar o quadro da educação e do ensino em Angola", acrescentou, citada no comunicado do Ministério.
Quem também interveio no fórum foi Luísa Grilo, ministra da Educação, que considerou que uma educação de qualidade e rigor científico gera facilmente riqueza cultural, social e económica, bem como assegura maior dignidade de vida às pessoas.
Luísa Grilo apontou ainda que o desenvolvimento do país depende de uma atenção especial a dar-se à educação e ensino, com ênfase no que é facultado às crianças e jovens.
Assim, citada pela Angop, disse ser essencial a elaboração de políticas, programas e acções que representem a via da nobre e inevitável tarefa de promover o exercício da cidadania activa, por meio da educação e ensino.
Entre outros aspectos, falou dos desafios que o sector enfreta, como por exemplo o rácio entre aluno e docente, melhorar as taxas de escolarização, entre outros. "Estes e outros problemas do sector preocupam não só os seus agentes, como também todos os actores sociais que assumem a educação para o desenvolvimento do país", apontou.
Segundo o comunicado da tutela, este fórum tem como lema "Por uma Educação Inclusiva, Equitativa e de Qualidade", sendo composto por 12 painéis temáticos sobre "diversas áreas do Sistema Educativo e o objectivo essencial é, identificar os principais obstáculos à implementação das recomendações da UNESCO sobre a Educação, alinhadas aos princípios do novo pacto social para a Educação, dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), das orientações do ACH 2023-2027 e encontrar pistas para a reformulação das políticas educacionais".