A ministra da Saúde recordou que a Zâmbia e a República Democrática do Congo (RDCongo), assolados pelo surto de cólera, fazem fronteira com várias províncias do Moxico, Cuando-Cubango, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Uíje, Zaire e Cabida.
Sílvia Lutucuta, em comunicado tornado público esta Quinta-feira, afirmou existir uma intensa mobilidade de pessoas e bens entre Angola e as repúblicas da Zâmbia e RDCongo, alertando, por isso, para os riscos da doença.
O Ministério da Saúde, neste comunicado com orientações de como se transmite e como evitar a cólera, salientou que a cólera pode matar em poucas horas, se não for tratada, pedindo aos cidadãos para avisarem as autoridades em caso de suspeita.
Medidas como lavar frequentemente as mãos, manter a higiene pessoal, tratamento da água com lixívia, fervura da água e lavagem das frutas com água tratada estão entre as recomendações das autoridades.
Angola, que já reforçou medidas de vigilância epidemiológica, não registou até ao momento casos de cólera.
Zâmbia e a RDCongo, ambos países com extensa fronteira terrestre com Angola, são os países que registam o surto de cólera, devido às intensas chuvas que caem naqueles territórios, com relatos de registos de casos também no Zimbábue, Malaui, Moçambique e Tanzânia.
O Presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e chefe de Estado, João Lourenço, defendeu, na Sexta-feira, a urgência de uma acção coordenada e eficaz para se travar o surto.
“A crise de saúde pública que assola a nossa região representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar dos nossos povos. Neste momento crítico, devemos reconhecer a urgência da nossa resposta e a necessidade de uma ação coordenada e eficaz, pois a cólera não conhece fronteiras e exige uma abordagem regional para enfrentá-la”, sustentou.