"Este cenário clama por uma resposta regional coordenada para fazer frente a este desafio, pois nenhum país pode combater sozinho uma doença como a cólera, que não respeita fronteiras", disse o ministro.
Assim, o presidente em exercício do Conselho de Ministros da SADC apontou a necessidade de forjar uma "frente unida" para se evitar de forma sustentável a propagação generalizada da cólera "e, na verdade, a propagação generalizada de quaisquer futuras doenças ou pandemias futuras que possam cruzar o nosso caminho".
A consideração foi feita esta Segunda-feira, dia em que o também presidente em exercício do Conselho de Ministros da SADC procedeu à orientação da Sessão Extraordinária do Conselho de Ministros da SADC, decorrida virtualmente, "a partir da sede da diplomacia angolana", tendo sido convocada para discutir "estratégias para conjugar esforços com o fito de conter a propagação generalizada da cólera na região Austral do continente africano".
De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, a que o VerAngola teve acesso, Téte António considerou que a região Austral "precisa dar prioridade aos investimentos em infra-estruturas sanitárias, à prevenção e a promoção da saúde" no sentido de ser possível a criação de "comunidades mais saudáveis, desbloquear o potencial humano e reafectar recursos para o desenvolvimento sustentável".
O titular da pasta das Relações Exteriores também augurou que o encontro sirva para delinear "acções concretas que auxiliem os chefes de Estado e de Governo a tomar decisões" visando "avançar para a erradicação da cólera até 2030".
Entre outros aspectos, na sua intervenção, também referiu que "enquanto região a SADC demonstrou profunda resiliência e garra perante outros desafios de saúde, tais como o HIV e SIDA e a COVID-19 e graças aos esforços colectivos foi possível travar o avanço devastador dessas pandemias sanitárias", lê-se no comunicado.
Na reunião assinalaram presença os ministros da Saúde e do Interior, Sílvia Lutucuta e Eugénio Laborinho, respectivamente.
O tema da cólera já tinha sido abordado em Luanda no passado fim-de-semana. Foi no Sábado, 27 de Janeiro, que se realizou, na capital do país, uma reunião extraordinária dos ministros da Saúde da SADC acerca do surto da cólera.
O encontro foi presidido pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, que, na ocasião, destacou que "no contexto actual os estados membros devem aumentar o acesso equitativo aos serviços de saúde, à água potável em quantidade e qualidade, ao saneamento básico e higiene, no envolvimento e na participação comunitária, visando comportamentos saudáveis".
"No entanto, reconhecemos que o caminho a percorrer para alcançar o quadro regional para a aplicação da estratégia mundial de prevenção e controlo da cólera 2030 é ameaçado com o surto de cólera e situações de emergência de saúde pública relacionadas com as alterações climáticas", acrescentou.
A titular da pasta da Saúde disse ainda que os esforços para proteger as populações "estão intrinsecamente ligados" à capacidade de prevenir e responder eficazmente aos surtos.
"É com esse entendimento que abordamos o nosso desafio actual, reconhecendo que a batalha contra a cólera não é travada isoladamente, mas faz parte de um esforço mais amplo sob uma abordagem multissectorial, com impacto positivo sobre os determinantes sociais e ambientais da saúde", disse ainda a ministra.
Recorde-se que Angola se encontra no nível 2 de alerta, de um máximo de três, por causa de uma epidemia de cólera nos países vizinhos.