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Consensos sobre autarquias e divisão administrativa em Angola devem esvaziar pressão na rua, diz analista

O especialista angolano em assuntos eleitorais Luís Jimbo defendeu esta Segunda-feira maiores consensos entre MPLA e UNITA na discussão sobre as autarquias e a nova Divisão Política Administrativa (DPA), visando esvaziar a pressão na rua.

: Lusa
Lusa  

Segundo Luís Jimbo, a busca de consensos nos debates em sede da Assembleia Nacional, no presente ano político, sobre a institucionalização das autarquias e a DPA, contribuirá para esvaziar as manifestações anunciadas pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

"Vai depender do grau de consensos que vão ser obtidos no parlamento para esvaziar a pressão na rua. Por isso digo que há aqui um ponto de convergência, que é o debate sobre as autarquias, e o ponto de divergência é o debate sobre a DPA e a proposta de autonomia de Cabinda", disse o especialista à Lusa.

A temática deve animar o debate político no país, depois do presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, ter anunciado a proposta sobre a autonomia da província de Cabinda e o presidente do MPLA ter reafirmado a necessidade da Divisão Política Administrativa do país.

No discurso proferido durante uma visita a Cabinda, no fim-de-semana, Adalberto Costa Júnior disse que vai apresentar no parlamento uma proposta sobre a autonomia deste enclave situado a norte de Angola.

Para Luís Jimbo, "as autarquias são uma forma de autonomia".

"E vamos ver qual será a compreensão do MPLA, que detém a maioria no parlamento, relativamente à proposta de João Lourenço, que reiterou que vai fazer acontecer a Divisão Política e Administrativa", realçou.

O presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que procedeu no fim-de-semana à abertura do ano político 2024, em Luanda, criticou a oposição, que disse estar assustada com o programa de descentralização, que inscreve a nova DPA, a qual prevê a criação de mais duas províncias (totalizando 20) e mais 161 novos municípios (totalizando 365).

João Lourenço garantiu não ser verdade que o seu partido quer evitar avançar para as autarquias com a nova DPA: "Uma coisa não tem nada a ver com a outra, podemos ter mais municípios e comunas sem prejuízo da necessidade da criação do poder autárquico", sustentou.

Luís Jimbo, que falava sobre os desafios políticos do país em 2024, à luz das recentes intervenções dos presidentes do MPLA e da UNITA, perspectivou um ano de "intervenções activas".

Para o também analista político, as recentes comunicações de ambos os líderes sinalizam uma abertura "interessante" da campanha para o presente ano político.

"Julgo que o mais interessante são os desafios que o MPLA coloca e vejo que este ano político do MPLA está lançado no desafio de que o MPLA e o seu presidente reconheçam que há mais patriotas na sociedade social e [noutros] partidos na oposição", disse.

Jimbo considerou que o MPLA e os seus membros "têm de fazer tudo" para compreenderem a dinâmica do país, "de modo a se juntarem a outros patriotas da sociedade civil e de outros partidos para vencer os desafios" que se colocam para os próximos 50 anos.

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