Ver Angola

Energia

Sector petrolífero deverá beneficiar de investimentos de 71 mil milhões nos próximos cinco anos

Paulino Jerónimo, presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) disse que para os próximos cinco anos se prevê que o sector petrolífero venha a beneficiar de investimentos de cerca de 71 mil milhões de dólares.

: Facebook Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
Facebook Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis  

Segundo o PCA, que intervinha em conferência de imprensa no âmbito do quinto aniversário da ANPG, entre 2022 e 2023, verificou-se um aumento significativo no investimento, ao subir de aproximadamente 5.6 mil milhões de dólares para 12 mil milhões de dólares, enquanto nos últimos cinco anos, o sector do petróleo somou um investimento de cerca de 50 mil milhões de dólares.

Já para os próximos cinco anos estão previstos investimentos na ordem dos 71 mil milhões de dólares, dos quais não contam a aposta na produção incremental, sublinhou Paulino Jerónimo, manifestando-se confiante que com este projecto se venham a duplicar os investimentos.

Segundo Paulino Jerónimo, este projecto está a ser discutido com o Ministério das Finanças e tem como objectivo principal dar incentivo às empresas que produzam acima do previsto.

Abaixo do previsto de produção, a partilha de petróleo e lucro será feita de acordo com o contrato. E o que for produzido acima será partilhado de acordo com a negociação entre a concessionária e o operador.

Paulino Jerónimo classificou o balanço como positivo, uma vez que a produção do país se manteve em cerca de um 1.100.000 barris de petróleo por dia, bem como se concretizaram quatro licitações de novas concessões. Entre outros contributos para o alcance dos resultados consta o quadro regulatório e a melhoria do ambiente de negócios.

O relatório relativo aos cinco anos da ANPG aponta ainda que a referida produção foi assegurada, em média por ano, por 11 sondas e 30 perfurações de poços, estando previstas para este ano 43 perfurações.

Na sua intervenção, Paulino Jerónimo destacou alguns aspectos concretizados nestes anos como por exemplo a atenuação do declínio da produção.

"Ao longo destes cinco anos, atenuámos o declínio de produção, retomámos, oito anos depois, as licitações para novas concessões, apostámos na actividade de exploração através da estratégia de exploração 2020-2025, desenvolvemos esforços conjuntos para a descarbonização das operações petrolíferas e para a dinamização das energias renováveis com foco nos biocombustíveis", disse.

De acordo com o responsável, também dinamizaram "o conteúdo local" e implementaram "políticas e acções com vista ao desenvolvimento do capital humano e da responsabilidade social", bem como criaram "condições para a manutenção dos investidores que já estão presentes em Angola e para a entrada de novos" e estabeleceram "relações de maior proximidade com todos" os parceiros.

O presidente do Conselho de Administração da ANGP referiu que actualmente o país está a produzir diariamente 1,1 milhões de barris, quantidades que atingiriam os 1,2 milhões de barris de petróleo por dia, não fossem as perdas diárias de 90 mil barris de petróleo.

No último quinquénio, o país registou perdas de produção não planeadas de cerca de 170 milhões de barris de petróleo, devido ao envelhecimento da maior parte das concessões, desenhadas para operar entre 15 e 20 anos, algumas já com mais de 60 anos de existência.

"E as nossas grandes instalações como o Girassol, o Dália, têm já mais de 20 anos de vida e isto faz com que os sistemas destas instalações tenham mais falhas, as falhas são mais recorrentes. A manutenção preventiva regular já não é suficiente para atenuar estas falhas, requer-se um esforço maior, investimentos", disse a directora de produção da ANPG, Ana Rosa Miala.

Ana Rosa Miala destacou que, com todos os incentivos que estão a ser dados no sector, as falhas das instalações vão reduzir, com a sua reabilitação pelos investidores, e uma melhor fiscalização dos programas de trabalho dos operadores, de acordo com as práticas internacionais, baseadas na nova regulação técnica.

A responsável frisou que a meta continua a ser uma produção acima dos 1,2 milhões de barris por dia, com o trabalho de exploração, licitações e novas descobertas na bacia do Namibe, na bacia do kwanza e de Benguela, além da bacia do Congo.

Recorde-se que a ANPG foi criada a 6 de Fevereiro de 2019, através de decreto presidencial.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.