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CAN2023: Pedro Gonçalves diz que participação “teve a virtude de voltar a unir” os angolanos com a selecção

O seleccionador nacional, Pedro Gonçalves, considerou que a participação de Angola no Campeonato Africano das Nações (CAN) voltou a depositar a fé dos angolanos na selecção nacional. Segundo o técnico, os “angolanos andavam um pouco descrentes da selecção nacional”, mas nos últimos tempos têm vindo a contrariar isso e a “cultivar” uma aproximação.

: Facebook Federação Angolana de Futebol - FAF
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"O balanço genérico que faço da participação da selecção de Angola neste CAN2023, na Costa do Marfim, essencialmente, teve a virtude de voltar a unir o povo angolano com os Palancas Negras. Faz muito tempo que, no fundo, os angolanos andavam um pouco descrentes da selecção principal (...), certo é que nos últimos tempos temos vindo a cultivar essa aproximação", afirmou Pedro Gonçalves em entrevista à RFI.

Segundo o seleccionador, a campanha de apuramento ao CAN2023 "manifestou um envolvimento e um apoio diferente do público", com os estádios "mais completos", público com "mais entusiasmo, vibrante, de apoio aos Palancas Negras".

O treinador afirmou ainda que sempre que entram "em competição o orgulho é imenso" e querem "muito que Angola e os angolanos se sintam representados" pelas prestações da equipa, acrescentando: "Julgo que esta foi a nossa principal virtude de participação neste CAN".

Já sobre a fase de grupos, Pedro Gonçalves explicou que na fase de preparação, que realizaram no Dubai, fizeram uma análise aos seus fortes e às suas fraquezas, tendo a partir daí estabelecido os objectivos.

"Os jogadores foram muito concretos, com uma grande noção daquilo que é nossa realidade, daquilo que de facto são as nossas fraquezas, o que seriam as nossas ameaças, mas ao mesmo tempo com uma grande velocidade a interpretar as nossas forças, que é que são as nossas valências, e a oportunidade que era estar neste CAN", afirmou, em declarações à RFI.

Assim, o primeiro objectivo, avançou, era vencer o primeiro jogo, embora não o tenham conseguido fazer. "Angola nunca tinha conseguido ganhar, nas oito participações anteriores, dois jogos na mesma edição do CAN e, portanto, uma das metas que nós tínhamos era mesmo ganharmos dois jogos nesta edição do CAN, sabendo nós que ganhando dois jogos nos permitia avançar para a fase eliminar", indicou.

O objectivo de ganhar dois jogos concretizou e Angola seguiu para a fase eliminar, "algo que só aconteceu no passado também por duas ocasiões, esta foi a terceira".

"Depois mais uma meta, Angola nunca antes tinha ganho um jogo na fase eliminar. Nos propusemos meta após meta, felizmente fomos ultrapassando", chegando mesmo aos 'quartos'. "Quem chega aos quartos de final busca a imortalidade, busca ser campeão, não podemos pensar numa outra maneira (...), foi como fomos ultrapassando os objectivos, infelizmente chegámos aos jogos dos 'quartos' e acabamos por não conseguir ultrapassar a selecção nigeriana (...), mas claro que ficamos com a sensação que muito foi conseguido".

Pedro Gonçalves enfatizou que este foi o "melhor CAN de sempre de Angola", que pela primeira vez ganhou mais do que um jogo na mesma edição, pela primeira vez ganhou um jogo na fase eliminar, entre outros.

"Foram um conjunto de virtudes que manifestámos, mas acima de tudo a conquista desta ligação com todo o povo angolano e a projecção de futuro, porque temos muitos jovens de qualidade e temos um alinhamento de fluidez para que a selecção também gradualmente seja renovada e que, no futuro, Angola tem de facto potencial para desenvolver e estar entre os melhores", apontou.

Segundo o seleccionador, nenhum dos jogos feitos pela selecção na competição "foi fácil", apontando o jogo dos 'oitavos' como "mítico", porque ao "perder o guarda-redes na fase inicial do jogo" tiveram que se reestruturar com menos um elemento "perante um adversário que faz da intensidade do jogo, da intensidade dos duelos, a velocidade das suas acções, através de um jogo mais directo, mais de duelos, mais de confronto, a sua característica", algo que conseguiram adaptar e dar "uma excelente resposta".

Fazendo um balanço final sobre a participação da selecção nacional no CAN, o treinador voltou a referir a "grande virtude de voltar a unir o povo angolano em torno dos Palancas Negras", sendo um "estímulo para o progresso, para o desenvolvimento (...) e o abrir portas para um investimento muito maior em diversas áreas de rendimento desportivo que é necessário implementar em Angola".

"Para mim pessoalmente, é o reconhecimento de muito trabalho, de vários anos de dedicação a Angola, ao futebol angolano (...)", apontou, em entrevista à RFI.

O vencedor do CAN2023 é conhecido este Domingo. A disputar o título vão estar as selecções da Costa do Marfim e da Nigéria.

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