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Cyril Ramaphosa elogia trabalho de mediação de João Lourenço para pacificar a RDCongo

O Presidente da África do Sul elogiou esta Sexta-feira o homólogo no Conselho de Paz e Segurança da União Africana, aludindo aos esforços de João Lourenço para mediar o conflito no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

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“Eu quero elogiar o trabalho do Presidente Lourenço a mediar a situação do conflito”, disse Cyril Ramaphosa, no discurso público de abertura dos trabalhos do conselho, à margem da cimeira da União Africana (UA), em Adis Abeba, salientando que, depois, irá ouvir do Presidente angolano o ponto de situação dos contactos feitos.

João Lourenço foi mandatado pelos parceiros regionais para tentar mediar o conflito no leste do país vizinho, com as autoridades de Kinshasa a acusarem o Ruanda de estar por detrás da insurgência armada e dos rebeldes do Movimento 23 de Março (M23).

O chefe de Estado angolano “tem falado com todos”, procurando “cumprir o objectivo que é calar as armas no continente”, explicou Ramaphosa.

A União Africana tem uma força de segurança no leste da RDCOngo que não inclui o Ruanda, apesar de ter um dos maiores exércitos da região, porque o Presidente congolês, Félix Tshisekedi tem acusado Kigali de apoiar os rebeldes.

O objectivo das negociações feitas por Angola é a “total restrição da escalada do conflito”, explicou Ramaphosa, que admitiu uma situação grave no continente devido aos múltiplos conflitos nacionais e interestaduais.

“A situação actual de conflito é ainda mais preocupante que no passado recente”, admitiu Ramaphosa, que defendeu mais esforços dos países da UA para “reforçar a colaboração para resolver os problemas” de segurança no continente.

Nesse sentido, o conselho está a fazer uma “avaliação da situação de segurança” e definir um plano de acção concreto.

No caso da RDCongo, a “vontade política de todas as partes”, do governo da RDCongo, da região, da União Africana e da comunidade internacional são a “chave para a implementação de medidas” que levem à paz.

O Presidente sul-africano defendeu ainda que a UA deve combater a imigração ilegal, lavagem de dinheiro, exploração de riquezas naturais, processos que minam as autoridades nacionais.

O M23 foi criado em 2012 como uma dissidência do extinto Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP), um grupo de rebeldes maioritariamente de origem ruandesa que combateu as FDLR (Forças Democráticas de Libertação do Ruanda) no país e depois se juntou ao Exército da RDCongo após o acordo de 23 de Março de 2009, que dá o nome ao grupo.

Assim, os rebeldes do recém-fundado M23 desertaram do exército para renegociar aquele acordo de paz e melhorar as suas condições de vida.

O leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo Exército há mais de duas décadas, apesar da presença da missão de paz das Nações Unidas, com mais de 16.000 militares uniformizados no terreno.

Angola tem mediado negociações de paz entre Ruanda e República Democrática do Congo.

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