As contas da petrolífera estatal, referentes ao exercício de 2022, foram apresentadas esta Sexta-feira, em Luanda, em conferência de imprensa alusiva ao seu 47.º aniversário.
Segundo a petrolífera, o volume de negócios realizados no período representou um incremento de 46 por cento nos investimentos e uma redução da dívida com os seus fornecedores.
"Estes resultados decorrem, fundamentalmente, da conjugação das vendas de petróleo bruto e produtos refinados, associados a uma evolução positiva dos preços do barril no mercado internacional", refere-se num comunicado.
Este foi o maior volume de negócios anual que a Sonangol registou desde que transferiu a função de concessionária para a ANPG - Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, acrescenta a nota.
O balanço de um ano em que a empresa "cumpriu integralmente" com todos os acordos internacionais, apresenta, por outro lado, o "registo de aumento dos níveis de consumo de refinados para 4,5 milhões de toneladas métricas, correspondentes a 18 por cento acima do consumido em 2021", resultante, essencialmente, do retorno da actividade económica.
De acordo com os resultados, em termos operacionais, destaca-se também a presença da Sonangol em 35 concessões petrolíferas, nove operações a nível nacional, o que garantiu cerca de 18 por cento da quota-parte da produção nacional.
Houve o registo do "incremento da actividade de exploração", com a perfuração de 42 poços, dos quais quatro estão em exploração, 25 'infill', perfurados em zona não drenada pelos poços existentes e 13 em desenvolvimento, tendo sido identificados 210 milhões de barris de recursos prospectivos.
A petrolífera, no balanço das acções desenvolvidas no ano passado, destacou igualmente a assinatura de um memorando de entendimento com a Quanten Consortium Angola, para o investimento e desenvolvimento da refinaria do Soyo com capacidade nominal de 200 mil barris de petróleo/dia.
No campo das energias renováveis, a Sonangol assinalou a assinatura do contrato de aquisição de energia da central fotovoltaica de Caraculo, na província do Namibe, com um grau de execução física do projecto de 90 por cento, correspondente a uma capacidade de produção de 25 megawats, na primeira fase, com previsão de entrada em operação no primeiro trimestre de 2023.
"É igualmente destaque o memorando de entendimento com as empresas alemãs Gauff e Conjunta, para a construção e operação de uma planta de hidrogénio verde e derivados, com capacidade de produção prevista de 280.000 toneladas, por ano, de amónia verde", apontou.
Em termos de exploração e produção, a empresa disse ter registado a passagem de dois poços perfurados em 2021 para quatro, de seis para 25 em poços 'infill' (poço de refinamento em malha), e de 11 para 13 em poços de desenvolvimento.
Nos blocos Kon 11 e Kon 12, efectuou-se o mapeamento e unificação dos seis horizontes concluídos e tem a previsão de perfuração do primeiro poço no decurso deste ano. Ainda nos blocos operados registaram-se o desenvolvimento de descobertas marginais nos blocos 3/05A e 4/05, com o processamento sísmico e interpretação quantitativa concluídas nos blocos 5/06 e 27, acrescentou.
A administração considerou também como "marco assinalável", em 2023, a integração da empresa como membro efectivo do Comité Nacional de Coordenação para implementação da Iniciativa de Transparência das Indústrias Extractivas (EITI) e o lançamento do projecto de elaboração do primeiro relatório de ESG (Governança Social e Ambiente).