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Oxford Economics Africa: descida da inflação permite corte de 2,5 por cento em Angola

A consultora Oxford Economics Africa considerou este Sábado que a descida da inflação para 12,2 por cento durante este ano dará espaço ao banco central de Angola para descer a taxa de juro para 250 pontos base.

: Manuel de Almeida/Lusa
Manuel de Almeida/Lusa  

"Graças a efeitos de base positivos, preços mais baixos das matérias-primas e um abrandamento no crescimento das taxas monetárias e de agregados de crédito, prevemos que a inflação desça de 21,3 por cento em 2022 para 12,2 por cento em 2023; a descida da taxa de inflação vai sustentar mais cortes de até 250 pontos base em 2023", escrevem os analistas.

No comentário sobre a evolução da inflação e das taxas de juro, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora britânica lembram que o Banco Nacional de Angola já cortou a taxa de juro de referência em 200 pontos base desde Setembro e acrescentam que "a decisão de baixar a taxa de juro, de 19,5 por cento para 18 por cento em Janeiro reflecte o declínio na inflação em 2022 e está em linha com os objectivos de médio e longo prazo de chegar a uma inflação com um dígito".

O espaço de manobra para descer as taxas de juro, seguindo o movimento descendente da inflação em Angola, é também dado pelo contexto internacional, dizem os analistas.

"O banco central considera que o crescimento da economia mundial e a inflação deverão moderar-se este ano, num contexto de políticas monetárias restritivas, reduções nos problemas das cadeias de abastecimento e de uma correcção nos preços das matérias-primas não petrolíferas", diz a Oxford Economics Africa, lembrando que o BNA prevê uma aceleração da expansão económica de Angola, de 3,2 por cento em 2022 para 3,3 por cento este ano, e uma redução da inflação, de 13,9 por cento em Dezembro para entre 9 a 11 por cento no final de 2023.

O Banco Nacional de Angola reduziu no dia 20 de Janeiro todas as taxas de juro directoras, cortando a taxa básica (BNA, de referência para os créditos), em 1,5 pontos percentuais, de 19,5 para 18 por cento.

A taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez desceu de 21 por cento para 18 por cento, enquanto a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez passou de 15 por cento para 14 por cento.

A nível nacional, "os fundamentos macroeconómicos continuam favoráveis", disse José de Lima Massano no final da reunião, no dia 20, apontando o desempenho positivo da conta de bens que registou um saldo superavitário de 30,92 mil milhões de dólares (+41,92 por cento do que em 2021).

As Reservas Internacionais situaram-se em 14,48 mil milhões de dólares, o que corresponde a uma cobertura de cerca de seis meses de importações de bens e serviços.

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