Em conferência de imprensa sobre a visita, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, realçou que a Alemanha já é um "parceiro tradicional" de Angola, onde tem instaladas um "conjunto de empresas que têm um impacto directo" na economia do país e nas condições de vida da população.
Segundo o ministro, a visita de Merkel é "mais um passo na consolidação das relações bilaterais entre os dois países".
Manuel Augusto espera que do encontro entre a chanceler e o Presidente, João Lourenço, "esta relação possa sair mais reforçada" e se materialize na execução de projectos concretos, adiantando que estão identificados os "sectores em que a Alemanha pode ser útil".
O responsável da pasta das Relações Exteriores referiu que o que Angola precisa da Alemanha "é o que precisa de todos os países desenvolvidos", nomeadamente maior participação na área das infra-estruturas, sobretudo a nível da produção de energia eléctrica, e terá também "muito a beneficiar" no domínio da indústria.
O Governo tem também "grandes expectativas" quanto à consolidação de algumas ideias e projectos na área da mobilidade urbana.
"Esperamos que com a cooperação alemã possamos encontrar soluções para melhorar o tráfego e a mobilidade dos habitantes de Luanda", adiantou o ministro.
A área da saúde é outro domínio em que Angola quer "beneficiar da capacidade da indústria alemã, mas também da sua capacidade de gestão e construção hospitalar", referiu.
Angola quer também "encontrar um espaço" para o desenvolvimento das energias renováveis.
No âmbito da visita de Angela Merkel, está prevista a assinatura de instrumentos jurídicos, sobre os quais Manuel Augusto não avançou detalhes.
"Tivemos uma troca de visitas de delegações, nas últimas semanas, e todo este movimento visou preparar esta visita oficial da Chanceler [por isso] é bom que os acordos sejam anunciados depois de assinados", declarou.
O governante adiantou que Angola conta com "facilidades financeiras que a Alemanha possa criar para que os actores económicos dos dois países possam actuar", dizendo que "amanhã [sexta-feira] se saberá em que patamar se vai situar a cooperação".
Segundo o ministro, o Estado não tem dívidas com a Alemanha, embora possam existir "de âmbito empresarial" e vai "procurar usar facilidades que ainda não utilizou".
Manuel Augusto destacou o 8.º Fórum Económico Angola-Alemanha como um dos "pontos altos" desta visita.
O fórum conta com os dois chefes do Governo na abertura, participando igualmente os ministros de Estado do desenvolvimento Económico e Social, dos Recursos Minerais e Petróleo, da Energia e Águas, da Agricultura e Florestas, da Economia e Planeamento, da Construção e Obras Publicas e dos Transportes.
De acordo com uma nota da Casa Civil do Presidente da República, Angela Merkel chegará a Luanda proveniente da África do Sul, tendo um encontro previsto com o chefe de Estado, João Lourenço, durante a manhã do dia 7 de Fevereiro.
Durante a tarde, a chanceler e João Lourenço presidem à abertura do Fórum Económico Alemão-Angolano.
Merkel visitará também o Museu de Antropologia, que iniciou um programa de cooperação com o Goethe-Institut Angola e a Fundação do Património Cultural da Prússia.
Deslocar-se-á ainda a uma empresa alemã em Luanda e vai encontrar-se com angolanos que estudaram na Alemanha.
Trata-se da segunda visita da chanceler Angela Merkel a Angola, tendo a primeira ocorrido em 2011, ocasião em que foi acordada uma parceria alargada entre os dois países.
João Lourenço visitou a Alemanha em Agosto de 2018 e voltou a encontrar-se com a chanceler Merkel em Nova Iorque, no mês de Setembro.