O presidente da UNITA revelou, em entrevista à DW, que a imunidade de Manuel Vicente pode ser levantada. A resposta de Adalberto Costa Júnior surge depois de João Lourenço, também em entrevista à DW, ter falado sobre o caso do ex-vice-presidente. O Presidente da República afirmou que o facto do processo em que Manuel Vicente é acusado de ter subornado um procurador do Ministério Público português ter sido encaminhado para Angola não é sinónimo de "absolvição", lembrando, no entanto, que Manuel Vicente não pode ser já julgado porque está protegido por imunidade durante cinco anos.
Já o líder da UNITA, em resposta às declarações de João Lourenço, admitiu que as imunidades podem ser levantadas. "Não existe nenhuma limitação a um pedido de levantamento das imunidades, até porque está claramente em causa o critério de se considerar ou não extremamente importante para Angola o tratamento desses dossiers", disse.
Quanto ao governo de JES e ao governo de João Lourenço, Adalberto Costa Júnior considerou que é difícil de separar as duas administrações e que as dúvidas quanto à eficácia do combate à corrupção são muitas.
O líder partidário disse ainda acreditar que durante o governo de JES terá havido membros do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) a não ficarem indiferentes: "Há governantes que também participaram no banquete", disse.
Criticou também o governo de João Lourenço, considerando que não há transparência quanto ao repatriamento de capitais e que é preciso haver uma separação de poderes no Estado.
Por fim, Adalberto Costa Júnior comentou o caso 'Luanda Leaks', que tem estado nas bocas do mundo nas últimas semanas. "Aquilo a que nós estamos a assistir é uma luta de marimbondos, todos eles. Não há dúvida de que o MPLA institucionalizou a corrupção no nosso país. Os responsáveis que acumularam esses patrimónios estavam ontem no bureau político e estão hoje no bureau político", afirmou.