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Proprime: “Os produtos imobiliários são cada vez mais ajustados à nova realidade do mercado”

A oferta de escritórios e de habitação em Luanda tem vindo a adaptar-se à nova realidade do mercado imobiliário no nosso país, conclui a mais recente publicação de mercado produzida pela Proprime, numa análise ao desempenho do sector imobiliário nacional em 2016.

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A conjuntura económica adversa – marcada pela queda do preço do petróleo, instabilidade cambial e desvalorização do kwanza – impactou fortemente o mercado imobiliário, que, em 2016, assistiu de forma mais evidente a uma redução da actividade. A procura de imóveis voltou a decrescer, sobretudo afectada pela menor actividade de empresas multinacionais no país, com novas quedas sentidas quer no volume de transacções quer nos preços e rendas.

Face a este novo ritmo e a um novo paradigma em que a procura doméstica ganha força, a oferta de escritórios e habitação em Luanda tem procurado mecanismos que permitam escoar quer os produtos já existentes quer os que estão em construção.

No caso dos escritórios, uma das tendências que reflecte este ajuste é o facto de os espaços novos já não serem entregues em bruto e incluíram agora níveis de acabamentos como o piso técnico. No caso da habitação, os novos empreendimentos estão já a apostar na oferta de apartamentos com tipologias maiores e áreas mais generosas, tendo em conta a maior apetência do público nacional por este tipo de produto.

“Os produtos imobiliários são cada vez mais ajustados à nova realidade de um mercado que continua a sentir o forte impacto das condicionantes económicas que afectam o país. Numa altura em que muitas empresas multinacionais reviram os seus planos de investimento e operação em Angola, o mercado doméstico tem ganho crescente relevância na absorção dos produtos imobiliários, que, neste contexto e face à instabilidade cambial, são encarados como um activo de refúgio para muitos pequenos aforradores particulares e também para muitas empresas, que procuram adquirir os espaços que ocupam em vez de os arrendarem”, explica Valdire Coelho, director executivo da Proprime, em comunicado remetido ao VerAngola.

De acordo com o “Flash – Mercado Imobiliário Angola 2016”, a absorção de escritórios em Luanda é cada vez mais lenta, em resultado da menor actividade económica e de um abrandamento nos planos de investimento das empresas estrangeiras. Do lado da oferta, embora não sejam lançados novos projectos, os que se encontravam em construção mantiveram o seu plano de desenvolvimento, o que fez com que as rendas médias no CBD de Luanda descessem cerca de 20 por cento em 2016, para os 80 USD/m2. Também os preços médios de venda dos escritórios caíram, recuando 10 por cento, para os 6.400 USD/m2, entre 2015 e 2016.

Na habitação, a quebra da actividade económica e, em concreto das multinacionais, volta a ser evidente. Uma das principais franjas de procura de habitação em Luanda eram os expatriados quadros destas empresas, com as tipologias de menor dimensão a serem as mais procuradas. Já no actual quadro de procura residencial, os nacionais ganham expressão e as tipologias maiores são as preferidas. Os preços médios de venda dos apartamentos em Ingombota desceram 10 por cento em 2016 para os 5.670 USD/m2 e também as moradias em Talatona têm vindo a corrigir em baixa, com uma descida de 9,5 por cento nos preços para os 4.093 USD/m2.

Para Valdire Coelho, “o mercado imobiliário angolano enfrenta, sem dúvida, sérios desafios neste momento, especialmente nos segmentos de habitação e de escritórios e, com especial foco, em Luanda. Mas temos que saber olhar para o mercado e perceber que este continua a oferecer outras grandes oportunidades, ainda que num contexto com características diferentes. Outros segmentos, outras localizações e um novo tipo de desenvolvimento imobiliário abrem novas janelas de oportunidade. A título de exemplo, a indústria, a logística e as grandes obras de infra-estruturas são um desígnio nacional, o que poderá gerar negócios muito interessantes para o sector imobiliário, assim como o desenvolvimento regional, já que há cada vez mais coisas a acontecer fora de Luanda”, conclui o novo Director Executivo da Proprime.

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