Ver Angola

Construção

Plano de recuperação da Soares da Costa privilegia actividade em Angola

A viabilização da empresa Soares da Costa, aprovada pelos credores, assenta num Plano de Recuperação, cuja estratégia privilegia Angola e abdica de Moçambique.

Jornal de Notícias:

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Soares da Costa disse “regozija[r]-se com a aprovação clara do plano de viabilização que apresentou”, mostrando-se convicta de que “é possível viabilizar uma marca centenária e que tem grande impacto na economia e na criação de empregos”, mas remeteu mais comentários para depois de uma decisão judicial efectiva e da conclusão dos planos especiais de revitalização (PER) de duas outras empresas do grupo.

Da leitura do Plano de Recuperação votado pelos credores resulta já, contudo, que a estratégia de reestruturação operacional da construtora passará pelo “foco da actividade em Angola, face à perspectiva de crescimento da economia naquela latitude” e pela realização de activos, nomeadamente através da venda do negócio em Moçambique [actualmente responsável por 29 por cento da actividade da empresa).

No âmbito do “foco em Angola”, hoje responsável por 55 por cento dos negócios da empresa, o plano prevê a “transferência de serviços backoffice” para o país, ficando apenas concentrados em Portugal “os serviços de apoio cuja transferência seja impraticável”, como a “direcção técnica, orçamentos e propostas e sistemas”.

Contudo, admite a administração, “a reestruturação operacional e a realização de activos não permitem libertar cash-flows suficientes para fazer face ao actual volume de dívida”, pelo que também prevista está uma reestruturação financeira que assenta numa linha de financiamento imediata de 45 milhões de euros e de uma linha de garantias bancárias entretanto asseguradas.

“Estas duas linhas de financiamento asseguram o financiamento da actividade da empresa e, em conjunto com o plano de negócios [previsto no plano], permitem assegurar a viabilidade futura da empresa”, sustenta a Soares da Costa.

No que diz respeito ao pagamento das dívidas, o maior esforço no perdão de dívida é pedido ao sector bancário, ao qual foi proposto um perdão de 60 por cento dos créditos em euros ou dólares e de 20 por cento das dívidas contraídas na moeda angolana ou moçambicana, sendo o remanescente pago em 18 anos.

Já a dívida a fornecedores deverá ser paga em cinco anos: integralmente no caso dos credores com dívida em kwanzas ou meticais ou que aceitem a conversão da dívida para kwanzas, ou em metade se os credores pretenderem a conversão ou manutenção da dívida em euros ou dólares.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.