Os números constam do relatório mensal do banco central sobre a disponibilização de divisas, que em Dezembro ascendeu a 1176 milhões de dólares, menos 607 milhões de dólares face a 2014, o equivalente a uma quebra homóloga de 34 por cento.
Angola vive há mais de um ano uma profunda crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, que fez diminuir para metade as receitas com a exportação de petróleo.
Um dos efeitos da crise é a forte redução da entrada de divisas em Angola, necessárias para garantir as importações de alimentos, matéria-prima e máquinas.
Para manter as reservas internacionais liquidas em níveis suficientes para garantir seis meses de importações, o BNA tem vindo a limitar as vendas semanais de divisas que fazia aos bancos comerciais "para satisfazer as operações definidas como prioritárias pelo executivo".
"Num contexto de diminuição das disponibilidades cambiais e elevado risco de desequilíbrio do referido mercado, face à redução dos ‘stocks' alimentares e de matérias-primas bem como riscos de paralisação dos serviços, essenciais ao funcionamento da economia", admite o BNA, no mesmo relatório.
Além das vendas directas do BNA, os bancos conseguiram comprar em Dezembro 199,52 milhões de dólares em divisas aos clientes, menos 36,1 por cento em termos homólogos, o que atesta as dificuldades cambiais sentidas no país.
Sem divisas, os bancos angolanos têm vindo a limitar os levantamentos em dólares aos balcões, o que na prática dificulta viagens ao exterior ou importações de vários produtos, fazendo disparar o custo de vida.