A informação consta do relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola sobre o comportamento da inflação, ao qual a agência Lusa teve hoje acesso, destacando que na capital angolana a classe "Educação" foi a que registou o maior aumento de preços, só de Dezembro para Janeiro, com 15,92 por cento. Esta situação pode ser explicada com o início do ano lectivo de 2016, em Fevereiro.
Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes "Transportes", com 11,03 por cento, a "Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis", com 6,45 por cento, e "Bens e Serviços Diversos", com 5,03 por cento. No Orçamento Geral do Estado para 2016, o executivo angolano prevê uma taxa de inflação (a 12 meses, Janeiro a Dezembro) de 11 por cento.
O nível geral do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Luanda registou, segundo o INE, uma variação de 3,43 por cento, entre o mês de Dezembro de 2015 e Janeiro de 2016.
"A variação homóloga [em Luanda, a 12 meses] situa-se em 17,34 por cento, registando um aumento de 9,90 pontos percentuais com relação a observada em igual período do ano anterior", refere o INE.
Luanda é considerada em estudos internacionais como a capital mais cara do mundo. No cabaz de produtos de referência analisados pelo INE em Luanda, o frango congelado aumentou oficialmente no espaço de um mês, até Janeiro, em 1,78 por cento, para 1.054 kwanzas, o quilograma de arroz 3,18 por cento, para 341 kwanzas, e o de cebola 4,67 por cento, para 658 kwanzas.
Já o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) - ainda não há dados agregados para um ano no registo de todo o país - registou uma variação de 3,32 por cento entre Dezembro e Janeiro.
Depois de Luanda, as subidas no último mês foram lideradas pelas províncias do Cuanza Sul (3,26 por cento) e do Zaire (3,23 por cento), enquanto na posição oposta figuraram as províncias do Uíge (1,99 por cento), Benguela (2,08 por cento) e Cuanza-Norte (2,24 por cento).
Entre Janeiro e Dezembro, em Luanda, a única província com dados a um ano, a inflação oficial situou-se nos 14,27 por cento, um aumento de 6,79 pontos percentuais face ao ano de 2014.
O Governo estimava para 2015 uma inflação entre 7 e 9 por cento, intervalo que foi ultrapassado, todos os meses, desde Julho.