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Economia

Divisas nos bancos descem 30 por cento mas garantem salários a expatriados

A venda de divisas à banca comercial angolana reduziu-se cerca de 30 por cento na primeira semana de Fevereiro, face à anterior, para 169,6 milhões de dólares, segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA).

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Em todo o mês de Janeiro, o BNA injectou nos bancos angolanos 628,6 milhões de dólares, valores historicamente baixos, devido à crise financeira, económica e cambial que Angola atravessa.

Há pouco mais de um ano, a injecção de divisas no mercado angolano ultrapassava normalmente os 2000 milhões de dólares por mês.

De acordo com o relatório semanal do banco central sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, ao qual a agência Lusa teve acesso, as vendas de divisas entre 1 e 5 de Fevereiro foram concretizadas a uma taxa de câmbio média de 156,391 kwanzas por cada dólar, inalterada face à semana anterior.

"Este volume de divisas destinou-se fundamentalmente à cobertura de operações de natureza prioritária", refere o BNA, esclarecendo que foram asseguradas sobretudo necessidades gerais dos bancos comerciais, com vendas através de leilões de preços, no valor de 130,4 milhões de dólares.

Ainda para cobertura de operações com salários (expatriados), serviços, mercadorias e capitais, de montante individual até 50 mil dólares, no valor de 31,7 milhões de dólares e para operações de viagens e remessas de dinheiro para o exterior do país, “de natureza de ajuda familiar”, por 6,5 milhões de dólares.

Paralelamente, devido à escassez de divisas e limitações aos levantamentos impostos nos bancos, o mercado informal, de rua, já transacciona a nota de um dólar a cerca de 400 kwanzas.

O governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, disse a 27 de Janeiro que a instituição está a promover a "racionalização" de divisas aos bancos comerciais, mas assegurou que os recursos disponíveis para "são suficientes". "Para 2016, temos os recursos em divisas suficientes para gerar as taxas de crescimentos que estão a ser apontadas ou que serão fixadas no quadro dos investimentos de programação do Governo", afirmou o governador.

Admitiu, contudo, uma "redução" na "liberação" que até agora existia na banca comercial, sobre a disponibilização das divisas que compravam em leilões ao BNA, que "neste novo quadro" passam a ter uma "maior racionalização" na sua distribuição.

A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

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