Nuno Sampaio falava esta Terça-feira à Lusa, em Luanda, após um almoço com empresários portugueses em Angola.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação chegou esta Terça-feira a Angola para uma visita de três dias, focada na cooperação portuguesa, em particular as iniciativas RETFOP (Revitalização do Ensino Técnico e da Formação Profissional de Angola), que visa a redução do desemprego, e o programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN).
O governante salientou que é importante continuar a promover as relações "excelentes" e a proximidade entre Portugal e Angola, que comemora este ano 50 anos de independência, através de visitas políticas regulares.
Realçou também a dimensão económica, já que "Angola é um mercado importante para as empresas portuguesas" e sublinhou que os empresários estão "muito motivados" para os desafios do mercado angolano.
"Evidentemente, como é público, há dificuldades na economia angolana, mas a predisposição é de que, em conjunto também com o Governo português, se continue a trabalhar no sentido, por um lado, de consolidar aquilo que existe, por outro lado, para se trabalhar numa maior diversificação daquilo que é a presença das empresas portuguesas para diferentes sectores", destacou.
No caso do Corredor do Lobito, projecto estruturante para a economia da Angola, Nuno Sampaio disse que há empresas portuguesas a "explorar essa oportunidade" e que existem instrumentos da União Europeia que podem ser utilizados "para apoiar a presença de empresas europeias" nesse projecto.
Nuno Sampaio frisou que Portugal tem uma posição importante em Angola actualmente disputada por outros países e empresas, mas "isso faz parte do negócio", já que "os mercados globais são crescentemente competitivos".
Notou por outro lado que, além dos investimentos, as empresas portuguesas desempenham um trabalho muito importante na formação do capital humano em Angola, com projectos de formação profissional e educação.
"Essa também é uma das dimensões que me traz nesta visita, porque quando falamos da dimensão económica, ela existe para ter um reflexo social", disse o secretário de Estado.
"Estamos a falar de um país com muita juventude, com muita juventude que precisa de emprego e precisa de formação, e Portugal e as empresas portuguesas também desempenham um papel que já estão a desempenhar, mas que ainda pode ser maior nessa dimensão", acrescentou.