Em Dezembro, o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) reconheceu a legitimidade da ala angolana e confirmou o bispo Valente Bezerra Luís, da Comissão de Reforma da IURD como representante da igreja de origem brasileira em Angola.
Em declarações à Lusa, o bispo da IURD Alberto Segunda contesta a decisão do INAR, considerando que não é a esta entidade que tem competências para decidir quem é o líder da seita em Angola.
"Surpreendeu-nos o anúncio, o INAR normalmente não tem competência para dizer quem é o líder e neste caso nem chamou as duas partes", afirmou.
Alberto Segunda repudiou igualmente as atitudes dos ex-bispos e pastores da IURD "que vêm cometendo vários crimes", lamentando a "passividade das autoridades angolanas" face à situação.
"Ainda não fomos chamados e ouvidos e estamos a ser julgados em praça publica", frisou.
Num comunicado sobre o protesto, a IURD diz que "a marcha será pacífica" e espera "milhares de pessoas", prometendo no final uma conferência de imprensa para expor os seus pontos de vista sobre os últimos desenvolvimentos do conflito.
O acto é organizado "pelo coletivo de obreiros, jovens, membros e simpatizantes da IURD", diz a nota assinada pelo vice-presidente do conselho da direcção da Igreja, bispo António Miguel Ferraz.
A IURD Angola tem estado envolvida em várias polémicas, com acusações recíprocas entre os apoiantes dos brasileiros e os dissidentes angolanos, relativas a práticas ilegítimas e crimes como branqueamento de capitais e evasão de divisas que estão a ser investigados pelas autoridades judiciais.
As tensões agudizaram-se em Junho de 2020 com a tomada de templos pela ala reformista, entretanto constituída numa Comissão de Reforma de Pastores Angolanos, liderada pelo bispo Valente Bezerra.