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Autoridades encerram mais quatro templos da IURD

O Serviço de Investigação Criminal (SIC), em coordenação com a Procuradoria-Geral da República Angola, encerrou na Quarta-feira mais quatro templos da Igreja Universal do Reino de Deus, na província de Malanje.

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“Foram arrolados e apreendidos todos os bens móveis e imóveis pertencentes àquela denominação religiosa”, adiantou o SIC, numa nota enviada à Lusa, acrescentando que o processo de selagem está a ser realizado de forma gradual, e poderá ser concluído esta Quinta-feira com o encerramento de mais um templo naquela província.

Na semana passada, o SIC e a PGR anunciaram o encerramento de outros 25 edifícios da IURD, no Huambo, Cabinda, Moxico, Cuanza Norte, Lunda Sul e Lunda Norte, Bié e Bengo.

A PGR apreendeu, em Agosto, sete templos da IURD em Luanda (Alvalade, Maculusso, Morro Bento, Patriota, Benfica, Cazenga e Viana), no âmbito de um processo-crime por alegadas práticas dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal e exportação ilícita de capitais.

A IURD tem estado envolvida em várias polémicas em Angola, depois de um grupo de dissidentes se ter afastado da direcção brasileira, em novembro do ano passado.

Os angolanos, liderados pelo bispo Valente Bezerra, afirmam que a decisão de romper com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, fiel ao fundador Edir Macedo, se deveu a práticas contrárias à religião, como a exigência da prática da vasectomia, castração química, práticas de racismo, discriminação social, abuso de autoridade, além da evasão de divisas para o exterior do país.

As alegações são negadas pela IURD Angola que, por seu lado, acusa os dissidentes de "ataques xenófobos" e agressões a pastores e intentou também processos judiciais contra os dissidentes.

A IURD Angola acusou anteriormente as autoridades judiciais angolanas de terem feito apreensões ilegais e atentarem contra a liberdade religiosa, havendo vários processos judiciais nos tribunais.

O conflito deu origem à abertura de processos-crime na PGR de Angola e subiu à esfera diplomática, com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a pedir ao seu homólogo João Lourenço garantias de protecção dos pastores e do património da Igreja, tendo o chefe de Estado angolano prometido um "tratamento adequado" do assunto na justiça.

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