De acordo com o governador a transacção "devia ter ficado" registada "se o processo tivesse decorrido normalmente", sendo isto um sinal de que existiam irregularidades com a transacção.
"Uma operação que decorra com normalidade não deixa de ficar registada de forma oficial e não foi o caso dessa operação", revelou o responsável, citado pelo Novo Jornal.
José de Lima Massano completou dizendo que a transacção não tinha sido datada de forma correcta: a transferência foi feita em Agosto de 2017, mas o registo só foi feito em Dezembro desse ano, considerando que a discrepância na data podia ser sinónimo de irregularidades.
O responsável disse ainda não saber se era possível esconder operações que envolvam figuras do governo e voltou a frisar que o registo da transferência em questão não respeitou os procedimentos normais.
José de Lima Massano está a ser ouvido como testemunha, a pedido da defesa de Valter Filipe, no âmbito do julgamento do 'Caso 500 milhões'.
O caso "500 milhões", como é já conhecido, envolve uma suposta transferência de 500 milhões de dólares do Banco Nacional de Angola para a conta de uma empresa-fantasma, sediada num banco britânico, em Setembro de 2017, para financiar uma operação ligada à constituição de um fundo estratégico.
Os arguidos – José Filomeno "Zenu" dos Santos, Jorge Gaudens, Valter Filipe e António Samalia Bule – estão acusados dos crimes de peculato, burla por defraudação, branqueamento de capitais e tráfico de influência.