Ver Angola

Economia

BNA trava especulação cambial apertando regras aos bancos

O regime de câmbio livre na venda de divisas pelos bancos termina na próxima semana, passando a vigorar uma taxa máxima de 2 por cento sobre o valor de referência, sendo ainda alterado o modelo de leilões do banco central.

:

A informação foi prestada esta Sexta-feira pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, após se reunir, em Luanda, com os representantes dos bancos comerciais que operam no país, tendo anunciado ainda alterações aos limites das propostas nos leilões de venda de divisas, após duas semanas consecutivas de forte depreciação do kwanza.

O kwanza depreciou-se na Terça-feira em mais 11 por cento face ao euro e quase 9 por cento para o dólar norte-americano, no espaço de uma semana, no âmbito do novo regime flutuante cambial, segundo cálculos feitos pela Lusa com base nos dados do BNA do último leilão de divisas.

Na Quinta-feira, um novo leilão ao abrigo deste modelo – em que os bancos apresentam propostas de compra de divisas em kwanzas – foi suspenso pelo BNA, por as propostas terem ultrapassado o limite máximo (cotação) definido pelo banco central para estas vendas.

Na reacção, o BNA convocou os bancos comerciais para uma reunião, esta Sexta-feira, no Museu da Moeda, e revelou os novos contornos do modelo de leilão de divisas (euros), em que as propostas da "margem máxima" sobre a taxa de referência – ou seja o valor que os bancos podem colocar como apreciação ou depreciação da taxa de câmbio – "não pode ser superior nem inferior a 2 por cento".

"Significa que em qualquer um dos leilões, a variação máxima que poderá acontecer será de 2 por cento, não mais, não menos", avançou o governador do BNA, no final da reunião. "Os próximos leilões vão já respeitar as novas regras", acrescentou.

Numa aparente medida para travar a especulação com o novo modelo de aquisição de divisas, o banco central vai igualmente mexer na componente de venda de divisas aos clientes dos bancos comerciais, em notas.

"Nós tínhamos até aqui uma margem máxima de 3 por cento para as operações comerciais e tínhamos, para as notas, um câmbio livre. Nós estamos a unificar os mercados, de divisas, de notas, e doravante a margem máxima de comercialização é de 2 por cento sobre a taxa de câmbio de referência que é publicada pelo BNA", esclareceu José de Lima Massano.

No espaço de uma semana, e desde que a moeda europeia passou a ser a referência para o mercado de câmbios de Angola, a moeda angolana já acumula uma depreciação de quase 25,5 por cento para o euro, que desde Terça-feira vale, na compra, 248,7 kwanzas, e 18 por cento para o dólar, que vale 203,6 kwanzas.

No último leilão, suspenso, as propostas dos bancos colocavam o euro acima dos 300 kwanzas.

No modelo cambial anterior, a cotação era fixada directamente pelo BNA.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.