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Economia

Consultora prevê crescimento de 1,4 por cento e descida dos custos com a dívida

A economia nacional deverá crescer 1,4 por cento este ano, estimou a consultora IHS Markit, alertando para a necessidade de conter a despesa com a dívida pública para permitir os investimentos necessários nas infra-estruturas.

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"O Produto Interno Bruto (PIB) de Angola deverá crescer apenas marginalmente, 1,4 por cento em 2018, bem abaixo da média de 6,5 por cento dos últimos dez anos", disseram os consultores da IHS Markit em resposta a questões da Lusa sobre as expectativas para este ano.

O investimento público e privado não deverá fazer uma grande contribuição para o crescimento geral deste ano, antecipam os analistas, considerando que o preço do petróleo ficará nos 56 dólares, abaixo dos 70 de que o país necessita para "equilibrar as contas públicas, o que deixa muito pouco espaço para apoiar os programas de desenvolvimento de infra-estruturas no sector não petrolífero".

Nas respostas à Lusa, a IHS Markit salientou ainda a necessidade de controlar o peso da dívida pública, que tem crescido de forma significativa nos últimos anos e levou o Governo a anunciar um conjunto de iniciativas para aliviar esta despesa.

"O aumento das obrigações com o serviço da dívida impede a despesa necessária com os programas de infra-estrutura e com as obrigações sociais, como os subsídios", diz a IHS.

"Com os preços a recuperar mas a manterem-se baixos, a consolidação orçamental vai permanecer uma necessidade, até porque os fluxos de receitas do Governo continuam pressionados", concluem os analistas da IHS Markit.

No total da região, a África subsaariana deverá ter quase duplicado o crescimento no ano passado, para 2,5 por cento, mas os desafios para este ano mantêm-se, incluindo o preço baixo do petróleo, a instabilidade política e as descidas de 'rating'.

"O desempenho económico da região foi o mais baixo desde 1994, e a recuperação de 2017 terá sido aquela com a mais baixa taxa de crescimento desde 2000, à excepção de 2016", disseram os analistas da consultora IHS Markit.

Num comentário à Lusa sobre as expectativas para 2018, os analistas disseram que antecipam uma descida no preço médio do barril para 56 dólares, face aos cerca de 60 actuais, e sublinham que "continua a haver muita incerteza relativamente ao mercado petrolífero".

Para além disso, notam, "o aumento noutras matérias-primas como os metais, minerais e produtos agrícolas não deverá ser sustentável, e por isso estes preços baixos contribuem para um desempenho económico pálido nos próximos tempos".

A dificuldade, consideram estes analistas na resposta às questões colocadas pela Lusa, é que "estas economias são muito dependentes do petróleo, e por isso enfrentam um caminho difícil para recomeçar o crescimento".

"O risco mais premente é a baixa nos preços das matérias-primas", mas a consultora destaca também a normalização política norte-americana, o 'Brexit', o abrandamento no comércio global, as condições climatéricas, a instabilidade política, as descidas nos 'ratings' soberanos, e a diminuição dos fluxos de capital.

"Os desenvolvimentos relacionados com o esperado abrandamento no crescimento económico da China também deixam a região vulnerável devidos aos fortes laços entre as duas economias e à possibilidade de este abrandamento se reflectir no comércio e também no investimento e no financiamento ao continente", conclui a IHS Markit.

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