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Defesa

Estrutura obriga país a gastar mais em salários com militares do que com hospitais

Angola prevê gastar mais com salários aos mais de 100.000 militares em 2018 do que o funcionamento de hospitais, centros de saúde e maternidades, realidade que o Presidente admite como incontornável.

Alexander Joe:

Globalmente, os gastos do Estado com os militares aumentam este ano quase dois por cento, o equivalente a mais 54,7 milhões de dólares face a 2017, segundo a proposta orçamental em debate no parlamento.

Na proposta de lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018 o Governo inscreveu uma verba de 2987 milhões de dólares para gastos com Defesa.

Reflecte um peso de 5,63 por cento de todas as despesas do Estado estimadas no OGE para este ano e que tem sido contestado pela oposição, que defende um reforço de verbas para a Educação e Saúde em detrimento da Defesa.

Na Quinta-feira, ao discursar perante os deputados, enquanto apresentava a proposta de lei do OGE, o Presidente João Lourenço admitiu que "algumas vozes se levantam" referindo que "consideram um excesso da despesa com Defesa e Segurança".

"Na verdade, a despesa nestes sectores é maioritariamente para pagamento de salários e pensões a pessoal no activo e na condição de reforma", explicou o chefe de Estado.

Especificamente, só em vencimentos e remunerações permanentes do pessoal militar, a proposta de OGE para 2018 prevê uma dotação de 1628 milhões de dólares.

Trata-se de um valor acima da despesa orçamentada para o mesmo período somando os serviços hospitalares gerais, no valor de 575 milhões de dólares, e com os serviços hospitalares especializados, com 198 milhões de dólares, e com os centros médicos e maternidades, com 233 milhões de dólares.

Com um efectivo, nos três ramos das Forças Armadas Angolanas, superior a 100.000 operacionais, João Lourenço alertou quem contesta o peso da despesa com os militares: "Dispensar este pessoal da folha de pagamentos destes sectores, implica que o sector produtivo privado da economia tenha capacidade de absorvê-lo, sob pena de se agravar ainda mais a já preocupante situação do desemprego".

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