A taxa de inflação no país atingiu entre Janeiro e Dezembro de 2016 os 42 por cento, influenciada sobretudo no primeiro semestre, com subidas mensais que chegaram aos 4 por cento, devido à crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra nas receitas petrolíferas.
Ao intervir em Luanda, durante o acto que assinalou os 40 anos da entrada em circulação do kwanza, que em 1977 substituiu o escudo português, o governador do BNA explicou que para "travar o processo inflacionista" no país, o Comité de Política Monetária do banco central procedeu ao ajustamento das taxas directoras no segundo semestre.
Nomeadamente aumentando a taxa de juro básica de 12 por cento para 16 por cento ao ano, a taxa da facilidade de cedência de liquidez de 14 por cento para 20 por cento, e a taxa da facilidade de absorção de liquidez a sete dias de 2,25 por cento para 7,25 por cento.
"Esta política tem contribuído para enxugar a liquidez do mercado, significativamente, o que tem permitido o curso de desaceleração da inflação mensal nos últimos meses", esclareceu Valter Filipe.
Uma das consequências foi sentida nos últimos meses, com menos moeda em circulação no país.
Segundo o governador do banco central, no panorama nacional a política monetária executada pelo BNA, combinada com a política fiscal e comercial, "permaneceu cautelosa" em resposta ao controlo da inflação.
Na mesma intervenção, o responsável pelo BNA traçou o objectivo de que "75 por cento das famílias angolanas tenham um nível social e económico da classe média com a promoção e a dinamização do crédito de consumo e o microcrédito" em moeda nacional.