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BPI rejeita proposta de compra de 10 por cento do Banco de Fomento Angola pela Unitel

O Conselho de Administração do BPI anunciou que decidiu rejeitar, por unanimidade, a proposta apresentada pela operadora Unitel, que oferecia 140 milhões de euros por 10 por cento do capital do Banco de Fomento Angola (BFA).

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Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BPI informa que “na sua reunião de hoje, o Conselho de Administração analisou a proposta apresentada pela Unitel para a compra de ações representativas de 10 por cento do capital social e direitos de voto do Banco de Fomento Angola (BFA) e deliberou por unanimidade decliná-la”.

O membro do Conselho de Administração Mário Leite da Silva não participou na discussão e votação deste ponto, lê-se também no comunicado. Este administrador representa a empresa angolana Santoro, da empresária Isabel dos Santos.

A 'holding' Santoro é o segundo maior accionista do BPI com 18,6 por cento do capital, depois do espanhol Caixabank, com 44,1 por cento do capital. A operadora Unitel – que queria adquirir 10 por cento do BFA - é também detida em 25 por cento por Isabel dos Santos.

O banco BPI está actualmente numa ‘encruzilhada’ quanto à sua operação no mercado angolano, a sua ‘jóia da coroa’, onde detém a maioria do capital do BFA, devido às novas regras do Banco Central Europeu (BCE) que obrigam a reduzir a exposição a países como Angola. Em 2015, dos 143,3 milhões de euros conseguidos pelo BPI nas operações internacionais, 135,7 milhões vieram do angolano BFA.

Devido ao apertar das regras do BCE quanto à exposição dos bancos europeus em países que Frankfurt considera não terem regras equivalentes às europeias, o ano passado a administração liderada por Fernando Ulrich apresentou um projecto de cisão das operações em África, propondo uma nova sociedade que juntaria as participações em Angola (50,1 por cento Banco de Fomento Angola - BFA) e em Moçambique (30 por cento Banco Comercial e de Investimentos e 100 por cento no BPI Moçambique), tendo sido mesmo marcada uma assembleia-geral para 5 de Fevereiro para discutir esse tema.

Para essa proposta de cisão ir avante é necessária a aprovação dos principais accionistas do BPI - Caixabank e Santoro -, mas também o acordo prévio da operadora angolana Unitel (detida em 25 por cento por Isabel dos Santos), que detém 49,9 por cento do BFA. Os restantes 50,1 por cento do BFA pertencem ao BPI.

No entanto, a empresa já tinha feito saber publicamente há algumas semanas que é contra o projecto de cisão e, em alternativa, propôs adquirir 10 por cento do BFA que estão nas mãos do BPI, por 140 milhões de euros. Com isto, a Unitel passava a ter a maioria do capital do BFA, reduzindo a exposição do BPI a Angola.

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