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Turismo perdeu 1,7 milhões de hóspedes entre 2020 e 2021

O sector turístico perdeu 1,7 milhões de hóspedes entre 2020 e 2021, comparativamente ao período homólogo, reflectindo as restrições nas deslocações associadas à pandemia de covid-19, segundo uma publicação do Instituto Nacional de Estatística (INE).

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No período em análise, os estabelecimentos turísticos nacionais registaram o alojamento, associado a deslocações turísticas, de 3,5 milhões de hóspedes, representando um decréscimo de 1,7 milhões comparativamente ao período homólogo.

Os angolanos residentes realizaram mais de 984.000 deslocações turísticas, reflectindo numa variação negativa de 25,15 por cento, ou seja, menos de 330.000, face ao biénio 2018-2019. 

“Do ponto de vista da repartição por origem, os angolanos residentes, com um peso de 60,36 por cento, representaram a maior proporção do total das dormidas no biénio, seguido dos hóspedes estrangeiros, com 39,64 por cento”, lê-se no documento. 

Relativamente ao tipo de acomodação, a procura foi maior para outros meios de alojamento (860.853), seguindo-se os hotéis (839.405).

Em termos de dormidas por província, Luanda liderou (36,36 por cento), seguida de Benguela (14,88 por cento), Huíla (9,20 por cento) e Cuanza Sul (6,93 por cento).

O Anuário Estatístico do Turismo 2020-2021, edição 2023, a que a Lusa teve acesso, refere que o fluxo de hóspedes, principalmente os angolanos residentes, em todas as unidades de alojamento e a realização de diversos eventos virados para o negócio proporcionaram ao sector privado a arrecadação de mais de 314 mil milhões de kwanzas. 

“Em termos comparativos, as receitas no biénio representaram uma variação negativa de 0,78 por cento, ou seja, menos de 26,7 mil milhões de kwanzas em relação ao biénio homólogo, cujas receitas atingiram o montante de 340 mil milhões de kwanzas”, refere-se na publicação.

O INE refere que, em 2021, as unidades turísticas de alojamento, restaurantes e similares e agências de viagens e turismo empregaram 183.000 pessoas, representando uma variação positiva de 0,6 por cento, isto é, mais de 1086 novos postos de trabalho, em comparação ao ano de 2020.

Em 2021, verificou-se que os restaurantes e similares empregaram mais pessoas, ao atingir 49,53 por cento do total dos empregos, liderando a capital, Luanda, com 61,1 por cento do total de postos de trabalho no sector em todo o país, seguindo-se Benguela (10,1 por cento), Huíla (7,6 por cento) e Cuanza Sul (6,5 por cento).

Excepcionalmente, esta edição apresenta informações estatísticas referentes aos anos 2020 e 2021 devido à descontinuidade da sua produção, determinada pela pandemia da covid-19 nos dois anos em referência. 

As viagens por motivos de serviço representaram 61,4 por cento das chegadas internacionais a Angola, enquanto as por trânsito ocuparam o segundo lugar, com 15 por cento, seguindo-se as por férias com 13,1 por cento. 

O documento indica que os turistas dos dez países que mais desembarcaram em Angola no período em análise totalizaram um peso de 70,44 por cento, liderados por Portugal (47,3 por cento), seguidamente pelo Brasil (10,0 por cento) e a França (9,6 por cento). 

O INE sublinha que a comparação com os dados de 2018-2019 permitiu analisar os efeitos da pandemia no comportamento dos indicadores do turismo, nomeadamente nas chegadas de turistas a Angola por via área, principais motivos das viagens, empregabilidade, disponibilidade e ocupação das unidades de alojamento, bem como as receitas e despesas turísticas.

Angola teve as suas fronteiras fechadas entre Março e Setembro de 2020, tendo mantido várias medidas restritivas até 16 de Maio de 2022, altura em que foi declarado o fim da situação de calamidade pública.

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