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Floristas em Luanda com stock de flores artificiais para o dia dos Finados

A crise também afectou o negócio das flores, mas as floristas que vendem junto aos cemitérios de Luanda fizeram stock, para dar resposta à procura anual do dia dos Finados, 2 de Novembro, feriado nacional.

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A poucos dias da tradicional visita anual aos cemitérios, a azáfama já tomava conta das bancas e tendas, a generalidade vendendo apenas flores artificiais, a partir de 500 kwanzas, bem mais acessíveis do que as flores naturais, encomendadas a produtores da África do Sul, em que uma caixa pode custar 160.000 kwanzas.

Mesmo as flores artificiais, de plástico, mais baratas e duráveis, viram o preço praticamente duplicar nos últimos dois anos, como explicou à Lusa Selma Vieira, de 29 anos.

A crise, confessa, "afectou o negócio", até porque "antigamente vendia-se mais". Contudo, para o feriado do 2 de Novembro, na quase obrigatória visita das famílias aos cemitérios, a procura já se fez sentir.

"As flores têm uma grande procura e daí que temos reservado já um stock para atendermos a procura dos clientes", acrescenta, ao mesmo tempo que garante o negócio "vai dando para viver".

Já a florista Catarina Mateus, de 24 anos e há seis a trabalhar junto ao cemitério de Santana, em Luanda, lembra que a subida do câmbio do dólar, com a crise, obrigou a aumentar o preço das flores, até porque artificiais ou naturais, são sempre importadas.

Dos 500 aos 2000 kwanzas, garante que há "preços para todas as carteiras".

"O dia dos Finados é bastante rentável, mas também bastante trabalhoso", confessa, enquanto se protege do sol escaldante na pequena tenda que partilha com outra colega de negócio.

Teresa Borralho trabalha há 10 anos na venda de flores e apesar dos preços altos, que justifica com a crise e o câmbio do dólar, garante que "pouco se ganha" no negócio.

As vendas para esta Quinta-feira são a excepção.

"Vende-se bem para o dia dos Finados. Seja flores naturais ou artificiais, mas os preços estão caros", conta.

"Dá para remediar", desabafou, enquanto ultimava os arranjos para a forte procura que espera para esta Quinta-feira.

Enquanto isso, no exterior do cemitério do Alto das Cruzes, Domingas Cassule já se preparava para o trabalho: "Fiz as encomendas e a partir do dia 1 de Novembro começamos a vender para o dia dos Finados".

Logo ao lado está Domingas Jesse, de 27 anos, que espera fazer negócio suficiente para alimentar a família durante vários dias.

"O negócio tem estado fraco, mas com a chegada do dia dos Finados já fica melhor", conta.

Uma coroa de flores artificiais, as mais solicitadas, pode custar, por estes dias, entre 25.000 a 50.000 kwanzas, não fosse Luanda uma das capitais mais caras do mundo.

"Esta é a época em que mais se vende, mas também é quando os preços sobem mais", confessa Domingas.

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