De acordo com um despacho do Ministério da Geologia e Minas, de 17 de Agosto, a que a Lusa teve acesso, a prospecção será feira no município do Lóvua, numa área de 3000 quilómetros quadrados, no leste de Angola.
O documento, assinado pelo ministro Francisco Queiroz, refere que os direitos mineiros para esta nova concessão são atribuídos à Endiama Mining (empresa estatal e concessionária do sector diamantífero nacional), que lidera o grupo, com uma quota de 40 por cento, tal como a empresa Jumichel. O grupo empreiteiro integra ainda a Gemston Mining e a Joremil, cada uma com uma participação de 10 por cento.
A Lusa noticiou no final de Julho que as receitas fiscais angolanas com a venda de diamantes aumentaram quase quatro por cento, o equivalente a 280 milhões de kwanzas, no primeiro semestre, face ao mesmo período de 2016.
A informação resulta de dados do Ministério das Finanças sobre a arrecadação de receitas diamantíferas entre Janeiro e Junho de 2017, apontando que Angola vendeu em seis meses 4.712.584 quilates, que renderam 7.566 milhões de kwanzas em receitas fiscais, como Imposto Industrial e ‘royalties’ pagos pelas empresas mineiras.
As vendas globais no primeiro semestre de 2017 ascenderam a 517 milhões de dólares, período em que o país chegou a exportar cada quilate a um preço médio de 123 dólares, pico atingido no mês de Março.
Os diamantes renderam 1082 milhões de dólares em 2016, uma redução de 100 milhões de dólares comparativamente a 2015, segundo dados avançados em Dezembro passado pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queirós.
"Em 2016, o subsector dos diamantes registou um bom desempenho no que se refere à produção industrial, tendo-se registado uma diminuição considerável no mercado artesanal motivado pela escassez de divisas no mercado cambial", explicou o ministro.
A produção total de diamantes atingiu os 8.934.000 quilates, correspondente a 99,21 por cento da meta corrigida de 2016.
"Se não tivesse havido uma diminuição considerável na produção artesanal de quase 60 por cento da produção, o volume total de diamantes este ano teria ultrapassado a meta e atingido cerca de 102 por cento da cifra programada", disse o governante.
Francisco Queirós anunciou anteriormente a entrada em operação do maior kimberlito do mundo, o Luaxe, na província angolana da Lunda Sul, e de outros projectos de média e pequena dimensão nas províncias diamantíferas das Lundas Norte e Sul, de Malanje, do Bié e do Cuando Cubango, o que levará à duplicação da produção diamantífera angolana anual a partir de 2018.