Em causa está a denominada concessão de Quilengues, província da Huíla, numa extensão de 160 quilómetros quadrados, no complexo Carbonatito de Bonga e Tchivira, conforme previsto no despacho assinado pelo ministro da Geologia e Minas Francisco Queiroz, de 2 de Agosto.
O documento aprova o contrato de investimento mineiro e os direitos atribuídos para esta concessão à Blue Mining e à empresa pública concessionária do sector diamantífero, Endiama, "agrupadas em sociedade comercial a constituir", para explorar "jazigos de nióbio" naquela área, "dado interesse estratégico que aquele mineral apresenta".
O Brasil detém as maiores - e praticamente únicas - reservas mundiais de nióbio, segundo dados oficiais na ordem de 842,46 milhões de toneladas, espalhadas por Minas Gerais, Amazonas e Goiás.
Em Angola, a exploração mineira de nióbio deverá assim avançar na província da Huíla, no sul do país.
Trata-se de um dos minerais mais raros do mundo e é usado no fabrico de turbinas, naves espaciais, aviões, mísseis, indústria electrónica e centrais eléctricas, mas também para produzir ligas de aço ou supercondutores.
Dados do Serviço Geológico do Brasil indica que as exportações brasileiras da liga ferro-nióbio atingiram em 2012 as 71 mil toneladas e um encaixe de 1,8 mil milhões de dólares.