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Fiéis da IURD Angola detidos por perturbação de culto religioso e desobediência, afirma polícia

O Comando da Polícia em Luanda afirmou, esta Segunda-feira, que pastores e obreiros da ala angolana da IURD foram detidos Domingo por alegados crimes de perturbação de culto religioso, participação em motim e desobediência à ordem de dispersão.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

Segundo o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, no Domingo foram detidos 33 fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) Angola, que foram encaminhados para o Ministério Público para posterior julgamento sumário.

"Esta detenção ocorreu numa altura em que a polícia estava a realizar as acções e os cidadãos que foram detidos incorreram nesses crimes", disse Goubel, adiantando que "foi aberto um expediente e os mesmos foram encaminhados para o Ministério Público" para, de seguida, serem ouvidos pelo "juiz de garantia para o julgamento sumário".

A ala angolana da IURD denunciou esta Segunda-feira a detenção "ilegal" de mais de 40 pastores e obreiros após confrontos com fiéis da ala brasileira, no Domingo, após a reabertura dos templos.

Em comunicado, a ala "reformista" da IURD liderada pelo bispo Valente Bizerra Luís referiu que se registou, no Domingo, um confronto entre as duas alas, o que obrigou a intervenção da polícia, tendo sido detidos mais de 40 pastores e obreiros.

"Até ao momento não existe nenhum auto de notícia com a identificação dos sujeitos [detidos], do crime, tão pouco da sua localização, optando pelo silêncio e, recusam-se a dizer onde estão, preferindo dizer apenas: não podemos falar nada por ordens superiores", lê-se na nota.

Para esta ala da IURD Angola, a forma como aconteceram as detenções viola o direito de informação, previsto na Constituição angolana, e traduz-se em "abuso de autoridade, que torna os detidos reféns com a intenção de coagir uma colectividade a uma acção ou omissão".

Imagens que circulam nas redes sociais confirmam o confronto entre fiéis no Domingo, dia em que alguns templos foram reabertos, entre eles a catedral do Alvalade, cuja missa foi dirigida pelo bispo Alberto Segunda, líder da ala brasileira.

Em Novembro de 2019, dissidentes da IURD em Angola acusaram a direcção brasileira de crimes financeiros, racismo, discriminação e abuso de autoridade, entre outros, e constituíram uma ala reformista, reconhecida pelo Governo como legítima representante do movimento religioso brasileiro.

O Governo reconheceu a nova denominação da IURD Angola, Igreja do Reino de Deus em Angola (IRDA), determinando também a transferência de todo o património para a IRDA, o que é contestado pela ala angolana.

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