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25 Abril: embaixador português diz que liberdade dos portugueses era indissociável da liberdade dos africanos

O embaixador português em Angola disse, esta Sexta-feira, que o derrube da ditadura em Portugal ficou a dever muito à luta dos povos colonizados, referindo que "a liberdade dos portugueses era indissociável da liberdade dos africanos".

: Facebook Embaixada de Portugal em Angola
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"O derrube da ditadura em Portugal ficou a dever muito à luta dos povos colonizados pela liberdade. Uma luta não apenas política, mas também cultural. Entre nós ficaram, porém, vários traços de união, dos quais destaco o mais perene e poderoso: a língua portuguesa", afirmou, esta Sexta-feira, Francisco Alegre Duarte.

Falando na Academia Diplomática Venâncio de Moura, onde foi orador do tema "A Revolução de Abril: Ponto de Viragem do Relacionamento Portugal – Angola", o diplomata também prestou homenagem aos Capitãs de Abril, a quem Portugal, observou, deve a liberdade.

Segundo o embaixador de Portugal em Angola, a revolução foi feita por militares "que combateram em África, e aqui tomaram consciência que combatiam numa guerra sem saída, contra a marcha da história".

A ditadura "estava bloqueada e recusava-se a negociar", realçou, acrescentando que "a liberdade dos portugueses era indissociável da liberdade dos africanos".

Francisco Duarte defendeu a necessidade de se homenagear e preservar a memória de todos os que "caíram" em prol da liberdade, "tanto dos que combateram por Portugal pelo Império, como dos que combateram pela libertação e independência" a nível das colónias.

"Todos eles eram patriotas e, cinco décadas depois de uma guerra que culminou com as duas libertações gémeas, é nossa responsabilidade honrarmos condignamente o seu sacrifício", notou.

Francisco Alegre Duarte considerou também que os 50 anos do 25 de Abril e os 50 anos de independência de Angola (que serão assinalados a 11 de Novembro de 2025) são "dois marcos estreitamente interligados, que faz todo o sentido" assinalar em conjunto, "de forma madura e descomplexada".

"É por isso que me regozijo pela presença, dentro de dias, em Portugal, do Presidente [angolano] João Lourenço, para participar nas comemorações oficiais dos 50 anos da Revolução democrática portuguesa, a convite do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa", assinalou.

Para o diplomata, o 25 de Abril de 1974 foi uma revolução "bem-sucedida, desde logo no plano interno", salientando que Portugal, apesar de não ser um país perfeito, por enfrentar problemas específicos e outros comuns às restantes democracias europeias, "respira hoje democracia e liberdade".

"E a derradeira superioridade moral da democracia consiste na capacidade de enquadrar e integrar, dentro dos limites da legalidade democrática, todas as forças políticas, incluindo algumas que são, na sua essência, antidemocráticas", apontou.

O diplomata português destacou ainda as excelentes relações bilaterais entre Luanda e Lisboa nos vários domínios, sinalizando a "densa interligação económica que une os dois povos" como o motor da relação que "deve ser bem cuidado e oleado".

Para Francisco Alegre Duarte, a presença de João Lourenço, "dentro de dias", em Portugal, será uma excelente oportunidade para conhecer Luís Montenegro e a sua equipa, acreditando que o ministro das Relações Exteriores e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal "estabelecerão rapidamente uma excelente cooperação, que dará o impulso ao aprofundamento" da relação bilateral.

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