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UNITA corrige balanço e anuncia nove feridos e dois desaparecidos em ataque a caravana de deputados

A UNITA anunciou que o ataque de Sexta-feira à caravana de deputados do principal partido da oposição causou nove feridos, cinco dos quais graves, e dois desaparecidos, corrigindo a informação inicial que dava conta de um morto. No entanto, a polícia do Cuando Cubango confirmou a existência de quatro feridos no referido ataque, mas negou que o partido tenha solicitado escolta às autoridades.

: Paulo Novais/Lusa
Paulo Novais/Lusa  

O líder da bancada parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Liberty Chiaca, tinha afirmado inicialmente que o ataque armado na província do Cuando Cubango tinha causado um morto e seis feridos.

Agora, na nota de imprensa o grupo parlamentar fez um novo balanço, condenou o ataque e exortou as autoridades competentes a instaurarem um inquérito e a responsabilizar os culpados.

Na mesma nota adianta-se que a delegação de deputados era composta pelos deputados João Kaweza, David Kisadila, Jeremias Abílio e o assessor Maurílio Luiele, que se encontram na província do Cuando Cubango para as jornadas municipais.

O grupo parlamentar da UNITA salientou que a caravana foi "alvo de um ataque perpetrado por supostas milícias do regime" a meio da manhã de Sexta-feira no troço Longa-Cuito Cuanavale, tendo a acção resultado também em danos materiais a oito das nove viaturas que integravam a coluna.

Segundo o grupo parlamentar da UNITA, "no momento do ataque, os agressores gritavam 'no Quito Cuanavale só há entrada, não há saída para a UNITA' numa autêntica demonstração de intolerância política, empunhando armas de fogo, paus e catanas e arremessando pedras aos membros da delegação de deputados".

"O grupo parlamentar da UNITA condena a postura de cumplicidade do Governo Provincial do Cuando Cubango e da Polícia Nacional local que, instados a garantir segurança à delegação, nos termos da lei, não o fizeram", sublinha-se na nota.

No documento, a UNITA instou o Presidente, João Lourenço, "a assumir as suas responsabilidades de defesa da vida, dos direitos, liberdades e garantias fundamentais de todos os cidadãos", condenando veementemente a acção, que classificou como "actos de terror, ódio, fundamentalismo partidário e intolerância política".

"O grupo parlamentar da UNITA insta, igualmente, o senhor Presidente do MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola] a orientar a suas estruturas para adesão plena ao espírito dos acordos de paz, tolerância e reconciliação nacional genuína", acrescenta-se.

No entanto, a polícia do Cuando Cubango confirmou a existência de quatro feridos no ataque a uma caravana de deputados da UNITA, mas negou que o partido tenha solicitado escolta às autoridades.

Num comunicado a que a Lusa teve acesso no Sábado, o comando provincial da Polícia Nacional do Cuando Cubango, indica que o ataque foi protagonizado por cidadãos locais que "arremessaram objectos contundentes" contra as viaturas, de que resultaram quatro feridos.

A polícia adianta que os feridos foram socorridos num posto médico comunal e que reforçou as medidas operacionais com as forças da unidade de reacção e patrulhamento para repor a ordem.

O comunicado refere ainda que o comando provincial do Cuando Cubango não recebeu qualquer solicitação de escolta para garantir a segurança da caravana, contrariando o dirigente da UNITA, que lamentou a ausência das autoridades e disse que tinham recebido ameaças.

"Os órgãos de polícia estão a trabalhar arduamente no sentido de identificar os seus autores a fim de serem responsabilizados criminalmente", conclui a nota de imprensa.

O comando provincial apelou ainda aos partidos "no sentido de colaborarem com as autoridades, sempre que realizarem actos de massas" para que a polícia nacional garanta a segurança.

Parlamento lamenta ataque e pede responsabilização dos autores

A Assembleia Nacional lamentou o ataque a uma caravana da UNITA, ocorrido na Sexta-feira na província do Cuando Cubango. Em comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação e de Imprensa, o parlamento afirma-se convicto de que o incidente ocorrido no município do Cuito Cuanavale, "vai merecer a devida atenção das entidades competentes pelo que os autores deverão ser responsabilizados".

Além de lamentar o sucedido, na nota apela-se às populações que "respeitem convivência pacífica, a paz social e os preceitos do Estado de democrático e de Direito".

"Continuemos firmes na defesa dos princípios e valores dos aptos em defesa da paz, da unidade nacional e repudiar todos os aptos que revelam intolerância política, religiosa e social, linguagem de ódio e de violência que não devem ter lugar num Estado Democrático de Direito", frisa-se no comunicado, no qual se expressa ainda solidariedade para com as famílias das vítimas.

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