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Feira de Arte arranca na próxima semana em Luanda para “mostrar que arte é um bom investimento”

É já na próxima semana que vai arrancar a 1.ª Africell Luanda Feira de Arte, visando potenciar a internacionalização e incentivar investidores à compra de arte nacional. Segundo Dominick Maia Tanner, responsável pela organização do evento, com esta feira pretende-se “mostrar que a arte é um bom investimento”.

: Facebook Palácio de Ferro Património Cultural
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O também galerista e curador assinalou que a arte e cultura não têm sido prioritárias para os angolanos em termos de investimento, uma visão que a Africell Luanda Feira de Arte quer mudar.

"Queremos mostrar que a arte é um bom investimento. Não há garantias de retorno, mas tendencialmente valoriza. Se fizermos um bom trabalho, se tiver qualidade, vai valorizar a prazo", sublinhou Maia Tanner, durante a conferência de imprensa em que foi apresentado o evento.

Sem avançar dados sobre o impacto económico do evento, já que se trata de uma primeira edição, adiantou que a expectativa é poder alcançar no futuro o patamar de outras feiras de arte em países africanos, apontando como referência mercados mais maduros como a Nigéria, o Gana ou o Zimbabué.

Para Dominick Maia Tanner, é também importante para ganhar notoriedade que a arte angolana esteja mais visível, já que muitas das colecções existentes pertencem a instituições como bancos ou seguradoras e são desconhecidas do grande público.

Considerou que este é também um passo necessário para incentivar a aquisição de obras por parte de empresários nacionais, adiantando que, apesar do potencial, a projecção internacional dos artistas nacionais ainda é incipiente.

Alguns artistas já estiveram presentes em leilões internacionais, mas é necessária uma maior participação em feiras e presença em colecções internacionais para desenvolver, sobretudo, o mercado secundário (ou seja, a revenda de obras adquiridas anteriormente), comentou o promotor da Africell Luanda Feira de Arte.

O curador da This is Not a Whte Cube em Luanda, Jamil Osmar, adiantou que a galeria, que está também presente em Lisboa, tem constatado um maior interesse pelas obras dos artistas do país, mas lembrou também que o negócio tem de ser sustentável.

"Investir em feiras é um risco, podemos voltar de mãos a abanar, mas as feiras são também um passo à frente para meter os artistas no mapa", afirmou.

Alexandra Gonçalves, da The Art Affair, a mais recente galeria de Luanda, defendeu que quanto maior presença houver no mercado internacional, maior será o interesse que despertam os artistas africanos, o que se tem verificado em leilões internacionais, nomeadamente em casas como a Sotheby's, que contou com artistas angolanos num leilão de arte contemporânea africana.

"Se tivermos oportunidade de estar nas mostras internacionais, há uma possibilidade de escalar nos próximos anos", sublinhou.

Entre 19 e 21 de Abril, os visitantes poderão encontrar no Palácio de Ferro mostras individuais, arte ao vivo e palestras sobre temas como os desafios das galerias em Angola ou a importância da formalização do trabalho dos artistas plásticos para a economia nacional.

Para a primeira edição desta feira de arte, a mais recente do continente africano, foram convidadas as nove galerias que actuam em Luanda, das quais cinco estarão presentes – The Art Affair, ELA-Espaço Luanda Arte, Sky Gallery Espaço d'Arte, Tamar Golan e This is Not a Whte Cube – segundo Dominick Maia Tanner.

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