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Rádios online conquistam diáspora angolana e chegam aos mil ouvintes por dia

Perto de 780 mil ouvintes acederam, nos últimos dois anos, à plataforma angolana agregadora de rádios online Rádio Play Digital, dos quais cerca de 60 por cento da diáspora, disse à Lusa o mentor do projecto.

: Vatican News
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Álvaro Fernandes afirmou que a Rádio Play Digital foi criada a pensar nos ouvintes de língua portuguesa, dos quais 40 por cento acedem a partir de Angola, numa média diária de mil ouvintes, perfazendo 31.500 por mês e cerca de 380 mil ouvintes por ano.

A plataforma congrega 40 rádios, das quais 28 angolanas, nove portuguesas, duas brasileiras e uma cabo-verdiana, estando os 60 por cento de ouvintes da diáspora distribuídos essencialmente por Portugal, Estados Unidos, Espanha, China, Holanda, Noruega e Alemanha.

Álvaro Fernandes salientou que a adesão é livre e gratuita, e espera que outras rádios desses países, com as quais manteve contactos, venham a aderir nos próximos tempos.

"A título de exemplo, a Rádio Observador de Portugal hoje tem vários ouvintes em Angola, por causa da plataforma", afirmou, lamentando que muitas rádios não tenham ainda percebido a vantagem de aderirem à plataforma, enquanto outras não estão ainda online.

De acordo com Álvaro Fernandes, esta plataforma "serve muito mais quem está na diáspora, apesar de que a grande tendência mesmo é ouvir os conteúdos em podcast", face à grande quantidade de rádios e programas transmitidos ao mesmo tempo.

"O exemplo são os debates aos Sábados, são todos ao mesmo tempo. E com a nossa plataforma, depois de terminar, os ouvintes podem ouvir, quantas vezes quiserem e aonde quiser, o debate que não ouviu em directo", aclarou.

Em Angola, entre as rádios mais ouvidas, encontram-se as angolanas MFM, LAC, Ecclesia, a Rádio Essencial, Romântica, AfriRádio, Rádio Escola e a portuguesa Observador.

"Nós somos agregadores, por isso todos são bem-vindos", disse o fundador da Rádio Play Digital, notando que a diversidade é um incentivo à liberdade de imprensa e escolha de conteúdos.

Para Álvaro Fernandes, as rádios continuam ainda a ser o meio preferido dos angolanos no que diz respeito ao acesso à informação, lembrando que "os angolanos são muito orais e a rádio faz parte da sua vida".

"Hoje, Luanda tem mais ou menos 35 rádios em FM e em breve vai crescer para outras cidades de Angola. Neste contexto, nós queremos agregar estas rádios todas na nossa plataforma e os seus conteúdos em podcast para que se possa chegar a outros públicos em directo ou em podcast", afirmou.

Relativamente ao podcast, tecnicamente um programa gravado, o fundador da Rádio Play Digital disse que falta ainda conhecimento, embora seja um processo fácil para as rádios, pois basta gravar os programas e depois incluir na plataforma.

"É gratuito e com vantagem de chegar a outros públicos onde a rádio não chega em FM", disse Álvaro Fernandes, que considera haver um défice de podcasts nas rádios em língua portuguesa, concretamente em Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

A Rádio Play Digital "é o arquivo do futuro", considerou o seu fundador, acrescentando que, neste espaço, os autores de podcasts podem inserir programas antigos que sejam de grande importância.

"Por outro lado, pessoas singulares, organizações empresariais, partidárias, não partidárias, têm assim a possibilidade de criar podcasts, usando esta ferramenta para comunicarem com os respectivos públicos, de forma independente, ou seja, sem terem de estar acoplados a alguma rádio", disse.

Há dois anos no ar, esta plataforma tornou-se também uma ferramenta útil para estudantes, "uma vez que têm acesso a um grande acervo de 'podcasts' produzidos por vários autores e rádios do grande universo da Língua Portuguesa", disse o responsável à Lusa.

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