Citada num comunicado do parlamento, a que o VerAngola teve acesso, Sílvia Lutucuta realçou os "avanços e desafios" na luta contra esta doença no país, bem como também fez referência à "importância de expandir o acesso aos antirretrovirais e aos testes de diagnóstico precoce, as dificuldades impostas pelo estigma, desinformação e barreiras geográficas".
Na ocasião, considerou que "cada vida salva é uma vitória, mas ainda há muito trabalho pela frente".
Segundo a ministra, a luta contra esta doença "vai além do âmbito governamental", exigindo que toda a sociedade esteja envolvida.
A titular da pasta da Saúde sublinhou ainda o facto de ser urgente eliminar o preconceito e a discriminação, considerando-os como "as maiores barreiras para quem vive com o HIV".
Outra das prioridades, adiantou, passa por "garantir que todos tenham acesso ao tratamento, independentemente da sua localização ou condição social".
Segundo a ministra, lutar contra o estigma é tão fundamental como facultar medicamentos e serviços. Desse modo, a ministra "apelou à mobilização geral, frisando que combater o estigma é tão essencial quanto fornecer medicamentos e serviços, pois apenas com inclusão e educação será possível alcançar as metas globais para erradicar a epidemia", lê-se no comunicado.
Embora existam conquistas e esforços constantes, a ministra reiterou que ainda há "muito trabalho pela frente" para se chegar à meta de tratar 95 por cento dos diagnosticados e alcançar o mesmo número de pacientes em tratamento com carga viral indetectável.
Segundo a ministra, a saúde está relacionada com outras questões fundamentais como diminuir desigualdades, salvaguardar direitos humanos, entre outros, considerando que para eliminar a SIDA até 2030, as desigualdades económicas, culturais e jurídicas não devem existir.
"Contamos, por isso, com o apoio dos deputados, os representantes do povo, porque precisamos de fortalecer cada vez mais o envolvimento multissectorial para garantir o acesso aos cuidados de saúde primários, às pessoas que vivem com HIV, em especial junto das comunidades, dando resposta às necessidades das nossas populações", apontou, citada pela Angop.
Carolina Cerqueira, presidente da Assembleia Nacional, também interveio na sessão, tendo considerado que a resposta a esta doença "deve ser inclusiva e pautada pelos direitos humanos, apelando à acção conjunta entre instituições públicas e privadas para combater o estigma e garantir acesso universal aos serviços de saúde".
"Hoje é um dia de reflexão e de renovação do compromisso colectivo para combater o VIH/SIDA, uma epidemia que não é apenas de saúde, mas também social e económica", disse Carolina Cerqueira, citada na nota parlamento.
"A líder parlamentar apresentou dados alarmantes sobre a prevalência do HIV/SIDA na África Austral, a região mais afectada do mundo. Em Angola, estima-se que milhares de pessoas convivam com o vírus sem acesso regular aos medicamentos antirretrovirais", aponta o comunicado.
Assim, Carolina Cerqueira considerou que esta "realidade exige uma resposta urgente, coordenada e sustentada por políticas públicas eficazes".
"Não podemos aceitar que, em pleno século XXI, vidas sejam perdidas por falta de acesso à saúde", disse, acrescentando: "Esta luta não pode ser vencida por esforços isolados, precisa da união de todos. A saúde é um direito humano fundamental, e enquanto houver uma pessoa sem acesso, o nosso trabalho não estará concluído".
Por sua vez, a representante da ONU-SIDA em Angola, Hege Wagan, destacou os progressos significativos na diminuição de novas infecções.
"Desde os anos 1990, as infecções diminuíram 60 por cento em muitas regiões do mundo, mas o progresso ainda é desigual. Em Angola, precisamos redobrar os esforços, aumentar o financiamento para programas de prevenção e combater o estigma, que muitas vezes é a maior barreira para quem vive com o VIH", apontou.