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Cimeira em Luanda deve “encurtar diferenças” entre Kagame e Tshisekedi

O especialista em relações internacionais Osvaldo Mboco disse esta Sexta-feira que a cimeira tripartida para a paz na República Democrática do Congo (RDCongo), Domingo em Luanda, visa “conciliar pontos fradturantes e encurtar diferenças” entre os Presidentes congolês e ruandês.

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De acordo o analista angolano, esta cimeira, com mediação de Angola, não terá a mesma importância de concertação política ao mais alto nível se um dos intervenientes – Félix Tshisekedi (Presidente da RDCongo) ou Paul Kagame (o homólogo do Ruanda) – não marcar presença.

“Se um dos intervenientes não estiver em Luanda de nada valerá, a meu ver, esta cimeira, porque ela tem assuntos que devem ser discutidos a mais alto nível e há elementos em que os chefes de Estado devem assumir determinados compromissos”, disse hoje Osvaldo Mboco à Lusa.

A Cimeira Tripartida Angola-Ruanda-RDCongo resulta de “esforços diplomáticos” entre os Estados do ponto de vista de “conciliarem pontos fracturantes, tendo em linha de atenção que é uma cimeira que já deveria ter decorrido há algum tempo, mas por razões supervenientes, não aconteceu”, frisou.

“Então, pensamos nós que todos esses constrangimentos foram agora ultrapassados e estão criadas as condições para que exista este contacto ao mais alto nível”, disse. “É crucial que os actores primários estejam envolvidos com o espírito de boa-fé e do cumprimento daquilo que pode ser acertado a nível desta cimeira”, realçou.

O Presidente João Lourenço é o mediador designado pela União Africana e este encontro decorre no âmbito dos esforços em curso para a procura de uma solução duradoura para o conflito armado no leste da RDCongo, conforme uma nota da Presidência de Angola.

Angola, enquanto país mediador, “tem estado a cabimentar todos os recursos e esforços” no sentido de encontrar a paz a nível do leste da RDCongo, referiu Osvaldo Mboco, considerando ser uma situação “crónica e complexa”.

“E a diplomacia angolana tem estado a conduzir da melhor forma possível para que o entendimento seja uma realidade a nível deste processo de paz encabeçado por Luanda”, indicou.

Considerou que as acções de Angola visam também reconstruir a confiança e projectar um outro momento das relações entre Kigali e Kinshasa, acreditando que a cimeira pode simbolizar o “renascer das esperanças” com o objectivo de a paz ser uma realidade no leste da RDCongo.

“E aqui, necessariamente, [deve haver] o maior envolvimento por parte de Ruanda e da RDCongo. É daí que os líderes devem terminar com o discurso que tem estado a minar as relações, com acusações mútuas, (…) e façam cedências para que de facto o processo de mediação possa conhecer novos estágios de desenvolvimento para a estabilidade que se pretende”, rematou Osvaldo Mboco.

A instauração de um clima de confiança entre os Estados da Região dos Grandes Lagos, a criação de condições ideais de diálogo e concertação política, com vista à resolução da crise de segurança no leste da RDcongo e a normalização das relações políticas e diplomáticas estão entre as acções descritas no Roteiro de Luanda, aprovado em Luanda a 6 de Julho de 2022.

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