Juan Carlos Alvarez disse, num encontro com a imprensa, ainda que esta infra-estrutura ferroviária transnacional, que liga Angola, República Democrática do Congo (RDCongo) e Zâmbia, com perspectivas de se estender até à Tanzânia, pode "tornar-se num projecto de integração regional transformador".
"Nós queremos que a carteira de projectos do Governo que estão a ser financiados pelo Banco Mundial, possam de forma integral, contribuir para atingir esse objectivo", disse Juan Carlos Alvarez, no encontro destinado a abordar "O Engajamento e Perspectivas do Banco Mundial sobre o Corredor do Lobito".
O responsável sublinhou que o BM não financia a infra-estrutura física, mas apoia através do Projecto "Diversifica Mais", com 300 milhões de dólares, para ajuda ao desenvolvimento da actividade económica ao longo do Corredor do Lobito.
Segundo Juan Carlos Alvarez, o "Diversifica Mais" envolve o financiamento de infra-estruturas básicas necessárias para colocar produtos minerais, agrícolas e outros dentro do Corredor do Lobito, como estradas, água e energia.
Recentemente, o BM e o Governo deslocaram-se a Benguela para localmente verificar o andamento do projecto, reiterando que o Corredor do Lobito "tem um potencial de deixar desenvolvimento ao longo do caminho-de-ferro".
"Nós queremos ser parte desse desenvolvimento. A carteira (de financiamentos para projectos em Angola) do Banco Mundial tem crescido muito nos últimos anos, agora estamos em 4,6 mil milhões de dólares, mas em diferentes sectores", referiu Juan Carlos Alvarez sem precisar os montantes já desembolsados.
O objectivo do BM, acrescentou Juan Carlos Alvarez, é ter garantias "de que a implementação desse projecto [Corredor do Lobito] do Governo seja feita de forma integral, que não seja feita de forma isolada".
Juan Carlos Alvarez salientou que outros projectos apoiados pelo BM podem ser utilizados para alavancar o desenvolvimento económico social das cidades ao longo do corredor, concretamente projectos nas áreas da agricultura, saúde e educação.
"É importante que todas as nossas equipas – saúde, educação, desenvolvimento digital, governança, desenvolvimento das cidades urbanas ao longo do Corredor do Lobito, Diversifica Mais – possam trabalhar de forma integral e conjunta para se ter um impacto à larga escala", recomendou.
A importância que tem sido dada internacionalmente a esta infra-estrutura ferroviária, que liga Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia, com previsões de se estender até à Tanzânia, foi elevada com a visita ao país, esta semana, do Presidente americano, Joe Biden.
Joe Biden, que Quarta-feira testemunhou em Benguela, litoral sul do país, onde se localiza o Porto do Lobito e o Caminho-de-Ferro de Benguela, um carregamento de cobre proveniente da RDC para os Estados Unidos da América, adiantou que o investimento internacional no Corredor de Lobito ultrapassou os seis mil milhões de dólares, incluindo o sector privado, bancos de desenvolvimento regionais e parceiros do G7.