"Esta visita tem várias vertentes, isso vai ter um impacto muito grande na região, sabe que esse Corredor do Lobito vai ligar os dois oceanos, o Atlântico e o Índico e, naturalmente, em toda essa região vai haver um desenvolvimento industrial sob todos os aspectos, especialmente o agronegócio", afirmou esta Quarta-feira Pedro Godinho à Lusa.
A visita do Presidente norte-americano, Joe Biden, ao país demonstra que "há um forte engajamento dos EUA com Angola" e sinaliza o "expoente máximo" nas relações diplomáticas entre Luanda e Washington, considerou o responsável.
Pedro Godinho também afirmou que, mesmo com administração de Donald Trump, que regressa à Casa Branca no final de Janeiro, o Corredor do Lobito, infra-estrutura que conta com investimentos dos EUA e da União Europeia, continuará a ser um polo de interesse dos norte-americanos.
"Mesmo com a administração Trump o projecto há-de constituir um polo de interesse dos EUA, porque não podemos esquecer que o mundo fala hoje em transição energética", referiu o dirigente, recordando que os minerais críticos para a transição energética estão localizados na República Democrática do Congo (RDCongo) e em Angola.
"Por tudo isso, (...) não tenhamos dúvidas que isso é o ponto de partida", frisou o presidente da Câmara de Comércio Americana em Angola (Amcham-Angola).
O Presidente cessante dos EUA, Joe Biden, que cumpre o último dia de visita a Angola, participa esta Quarta-feira na cidade do Lobito, província de Benguela, numa conferência internacional sobre o Corredor do Lobito, encontro que junta igualmente os chefes de Estado de Angola, RDCongo, Zâmbia e o vice-Presidente da Tanzânia.
No entender do presidente da Amcham-Angola, a importância do Corredor do Lobito foi reflectida nas palavras de Joe Biden que, na Terça-feira, disse, em Luanda, num encontro com o homólogo angolano, que o futuro do mundo está em Angola e em África.
"E quando um Presidente dos EUA diz isso publicamente é sinónimo que tem todas as informações que o levam a fazer tal afirmação", sustentou Pedro Godinho, observando que o desenvolvimento regional vai apenas depender da "liderança e da vontade de alguma coisa fazer no sentido de melhorar as condições desse martirizado povo".
"Portanto, não tenhamos dúvidas: vai ser um desenvolvimento regional e, particularmente, para o país", realçou.
O também empresário angolano ainda afirmou não ter dúvidas de que as relações diplomáticas entre Angola e os EUA alcançaram o seu expoente máximo devido, sobretudo, a algumas reformas desenvolvidas pelo Presidente da República nos domínios da "transparência, combate à corrupção, igualdade de género e direitos humanos".
"Esses princípios são os mesmos comungados pela nação americana, portanto, havendo convergências de princípios mais fácil se torna a relação entre Estados e depois também o papel importante que Angola está a jogar devido o desempenho de João Loureço como mediador da região, que tem sido bastante encorajador e reconhecido", concluiu Pedro Godinho.