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Ecologistas dizem que falta de educação ambiental e saneamento deficiente são desafios para Angola

Ecologistas angolanos apontaram a falta de educação ambiental, a “má gestão” do saneamento básico e a monitorização da legislação como os principais desafios ambientais do país, defendendo acções conjuntas e sustentáveis para um ambiente sadio.

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As preocupações foram apresentadas, esta Quarta-feira, durante o encontro "Café Ecológico Especial – COP28 e Resoluções Ambientais de 2023", promovido, em Luanda, por um grupo de organizações de defesa e desenvolvimento do ambiente em Angola.

Os oradores olharam para as reflexões e resoluções da 28.ª Conferência das Nações sobre as Alterações Climáticas (COP28), que decorreu recentemente no Dubai, e para as resoluções e desafios ambientais de Angola para 2023 e para o próximo ano.

De acordo com Nuno Cruz, activista ambiental e fundador da Associação Nação Verde, que opera em Angola no domínio dos resíduos sólidos, a má gestão do saneamento básico em Angola pontificam entre os desafios do país, apontando para o aumento da malária como uma das consequências.

"A nossa maior causa de mortes em Angola é a malária, que é consequência da má gestão do saneamento básico", disse o ambientalista, apontando ainda a gestão das águas pluviais, das águas residuais e dos resíduos sólidos urbanos, como questões prementes.

"O nosso maior desafio é justamente melhorar o nosso saneamento básico, porque a partir do momento em que temos um problema (a malária) e esse problema mata milhares de crianças, o problema é muito grave", salientou.

Considerou a educação ambiental como o "principal desafio", referindo que não se pode falar em ambiente sadio, não poluído, em cidades e comunidades sustentáveis, em adaptação climática, em mitigação de gases com efeito de estufa" se não se apostar efectivamente na educação.

Nuno Cruz, que foi um dos delegados de Angola à COP28, salientou igualmente, aludindo às recomendações da conferência mundial do clima, que Angola tem o desafio de abandonar os combustíveis fosseis e de promover, "o mais rápido possível", a transição energética.

Mauro Ferreira, engenheiro ambiental e presidente da Associação Guardiões da Costa Mwangolé, associação de protecção ambiental para os ecossistemas costeiros e marinhos de Angola, também foi um dos oradores neste encontro.

Apontou a educação ambiental como o "grande desafio" de Angola e defendeu a necessidade de se levar o conhecimento, sobretudo às localidades mais remotas do país, tendo, ao mesmo tempo, lamentado a falta de saneamento nas grandes cidades.

"Aqui mesmo, dentro das cidades, vemos zonas ou situações de miséria, de falta de saneamento, e isso parte muito da educação, acesso ao conhecimento, então, para mim, educação é base, não só aquela educação formal da escola", notou.

E a coordenadora técnica da Associação EcoAngola, Diana Lima, uma das intervenientes do painel sobre resoluções ambientais, elencou igualmente a educação ambiental e o saneamento como desafios macro do país.

Para a também bióloga, um outro desafio é a monitorização da legislação ambiental do país.

"Porque é tudo bonito no papel, mas (não sabemos) o que realmente está a ser feito. Como é que nós, como membros da sociedade civil, podemos ter acesso à informação e o que podemos fazer após isso é o que falta", referiu.

Expandir a consciência para o desenvolvimento de estratégias para a resolução integrada dos desafios que as alterações climáticas apresentam para Angola foi um dos propósitos deste "Café Ecológico Especial", que decorreu no auditório da Universidade Lusíada de Angola, no centro de Luanda.

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