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Alves da Rocha diz que Angola está em “recessão social” apesar de melhorias da economia

Angola vive uma situação de "recessão social”, com uma taxa de pobreza elevada, que as perspetivas de crescimento económico terão dificuldade em inverter, afirmou o economista Alves da Rocha.

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O director do Centro de Estudos de Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola avançou que a taxa de pobreza ronda os 45 por cento da população, e que a "pobreza multidimensional", conceito que abrange questões como a educação, habitação e saúde, é ainda mais alta, cerca de 54 por cento.

"Nós vivemos aqui (...) uma situação de recessão social", reconheceu Alves da Rocha, durante o Fórum Angola, organizado por videoconferência pelo Instituto Real de Relações Internacional (Chatham House) e Fundação Konrad-Adenauer-Stiftung.

Depois de uma "crise económica profunda" entre 2015 e 2021 devido à queda do preço do petróleo e à pandemia de covid-19, Rocha referiu as previsões médias de instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) de um crescimento económico de 3,5 por cento entre 2023 e 2027 para o país.

Porém, avisou que "estas dinâmicas de crescimento são insuficientes para promover melhorias substanciais nas condições de vida da população".

Além dos problemas da perda do poder de compra e do desemprego, o investigador apontou para a necessidade de atrair investimento privado e de se investir nas áreas da educação e saúde, que considerou importantes para a diversificação da economia.

"Os nossos níveis de educação são extremamente baixos e isto explica também o valor reduzido do salário médio nacional: não se pode pagar um salário mais elevado se a produtividade do trabalho for reduzida", concluiu.

O economista Pietro Toigo, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Angola, concordou, argumentando que "a batalha pela prosperidade de Angola vai ser provavelmente travada no mercado de trabalho", enquanto "motor da difusão da prosperidade e da eliminação de desigualdade".

Toigo vê um "retorno potencial muito significativo do investimento na educação e especificamente na formação profissional".

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