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Casos de corrupção não atingem o MPLA, dizem dirigentes do partido

O envolvimento de figuras angolanas ligadas ao MPLA a casos de corrupção não compromete o partido, disseram na Sexta-feira dirigentes desta força política, garantindo que o partido está coeso e preparado para vencer eleições.

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Na Quinta-feira, dia mundial da Luta contra a Corrupção o departamento de Estado norte-americana impôs sanções e congelamento de contas a várias figuras envolvidas em corrupção, entre os quais três angolanos próximos do ex-presidente, José Eduardo dos Santos que comandou os destinos de Angola por 38 anos: a empresária Isabel dos Santos, sua filha, e os generais Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino" e Hélder Vieira Dias "Kopelipa".

Para o general Bento Kangamba, membro do Comité Central do MPLA, o facto destes militantes estarem envolvidos em casos de justiça não compromete o partido pois "cada um tem os seus problemas" e os problemas individuais não atingem o MPLA.

"As pessoas são chamadas ao tribunal, mas ainda não foram julgadas, há uns que vão ser absolvidos, o tribunal é assim", disse, à margem do VIII Congresso do partido que reelegeu na Sexta-feira João Lourenço com 98 por cento dos votos, aludindo aos seus próprios processos judiciais.

"Quantas vezes eu, na Europa, fui visto como criminoso e agora estou limpo, fui absolvido em todas as matérias, quem não deve não teme", afirmou o dirigente, garantindo não ter também processos em Angola e ser um "empresário limpo".

"O MPLA é o MPLA e eu sou Bento Kangamba, devo assumir as minhas responsabilidades como Bento Kangamba", sublinhou o político, frisando que "os problemas são de fora", e não do MPLA.

"Aqui dentro do MPLA, estamos bem, o MPLA continua a ser um grande partido", realçou o político e empresário, destacou também que o congresso mostrou união e dissipou as dúvidas sobre as divisões internas.

"As pedras fundamentais continuam aqui e vão continuar", prosseguiu Kangamba, garantindo que o partido está empenhado em melhorar as condições de vida das pessoas, para ganhar as eleições em 2022 e continuar no poder.

O empresário declarou ainda que a reeleição de João Lourenço com 98 por cento dos votos expressa a vontade da maioria dos militantes do partido, provando que esta era "a candidatura certa".

"O MPLA está bom e peço calma à população em geral porque João Lourenço é um grande camarada e sabe ouvir, sabe falar".

Julião "Dino Matross", ex-secretário geral do partido, que deixou o comité central neste congresso diz que o MPLA fica bem entregue e que era importante deixar o lugar aos mais novos para que o partido se fosse renovando.

Quanto à reeleição de João Lourenço, afirmou que os 98 por cento conferem ao presidente do partido, também Presidente da República de Angola, mais força para liderar não só o partido, como o país, sublinhando que o MPLA sempre esteve unido.

Sobre os eventuais danos dos casos de corrupção para o MPLA, entende que nada têm a ver com o partido, pois são "falhas individuais", embora admita que mancham a imagem do partido e da nação.

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