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Eugénio Laborinho: incidentes táctico-policiais provocaram mortes de polícias e cidadãos

O ministro do Interior disse esta Terça-feira, em Luanda, que, nos últimos dois anos, o país registou incidentes táctico-policiais que "lamentavelmente", alguns terminaram em mortes de cidadãos e polícias.

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Eugénio Laborinho, que discursava na abertura da Conferência Científica sobre o perfil do agente e o uso da força policial, promovido pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, não avançou números.

O governante frisou que esta constatação obriga a uma reflexão sobre o tipo de formação que está a ser implementada, sobretudo nos últimos cursos de ingresso realizados, considerando a relevância da temática de técnicas de manuseamento de armas de fogo e outros meios coercivos, pelos danos que podem causar.

Para Eugénio Laborinho, estas áreas desempenham "um papel inquestionável na determinação do perfil do agente da polícia que Angola e os seus filhos muito precisam".

O titular da pasta do Interior disse esperar que as conclusões da conferência atendam às exigências actuais e que sejam aplicadas nos próximos enquadramentos na corporação, com vista a corrigir alguns perfis menos bons e melhorar aqueles que estão bem.

Segundo o ministro, de forma oportuna se realiza o certame para reflectir o perfil do polícia, visto que uma instituição como a Polícia Nacional não pode recrutar cidadãos sem um processo de selecção criterioso, que envolva a observância do grau académico, porte físico, estado psicológico e psíquico, antecedentes comportamentais e criminais, capacidade de reflexão, bem como os vários testes para aferir o interesse em ingressar na corporação.

"Não se deve pensar que a polícia serve somente para garantir emprego, para quem não tem outras opções na sociedade", referiu Eugénio Laborinho, salientando que devem entrar aqueles que, além de terem perfil adequado, "tenham paixão pela profissão, porque ela exige entrega, abnegação, patriotismo e disciplina".

Os polícias devem estar imbuídos do espírito de servir o país e respeitar a lei, prosseguiu o ministro, sublinhando que não é para "tirar proveito da sua qualidade para praticar actos ilícitos, com o fim de resolverem os seus problemas sociais".

O ministro elogiou o trabalho dos efectivos da Polícia Nacional que, "por vezes, não é devidamente reconhecido por alguns actos indecorosos cometidos por uma minoria, que mancha o bom nome da corporação".

Nesse sentido, Eugénio Laborinho apelou ao reforço das medidas inspectivas e de controlo, para responsabilização dos infractores.

O ministro aproveitou a ocasião para felicitar o desempenho da polícia na manifestação do passado dia 21 de Novembro, um dos temas a abordar na conferência, por não ter havido incidentes quer da parte dos efectivos, quer dos manifestantes.

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