Ernesto Araújo, que falava aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente, João Lourenço, disse que existe "um novo programa de relação [do Brasil] com a África" e que Angola é um "parceiro fundamental".
Deste programa faz parte uma estrutura de comércio e investimentos do Brasil com África, o que tem sido debatido com dirigentes dos outros países que visitou neste périplo pelo continente, nomeadamente Cabo Verde, Senegal e Nigéria.
A aproximação a África não significa, no entanto, uma mudança na política externa face aos Estados Unidos: "Mantemos o esforço de reaproximação com os Estados Unidos, que é um parceiro fundamental e que foi muito negligenciada, sobretudo por razões ideológicas no passado", declarou.
Significa antes que "o Brasil quer estar presente em todos os tabuleiros", enfatizou o ministro das Relações Exteriores, apontando visitas recentes do Presidente Jair Bolsonaro à Ásia e países do Médio Oriente.
"Estamos mostrando a verdadeira dimensão da nossa política, que tenta ser criativa e que responda aos anseios das nossas sociedades que querem mais contacto com África e querem mais contacto entre nós, bem como os anseios do sector privado", salientou, acrescentando que "é o momento de mostrar que África é uma prioridade" para o Brasil.
Na reunião com o Presidente da República, João Lourenço, foram abordados vários assuntos. Além da vontade de participar mais no processo de desenvolvimento de Angola, sobretudo através do sector privado, bem como a cooperação na área de segurança e combate à criminalidade narcotráfico, foram debatidas questões internacionais e a participação em organismos multilaterais, sobretudo na área ambiental e dos direitos humanos, onde disse que o Brasil tem recebido "críticas muito injustas", uma injustiça que disse afectar sobretudo os países em desenvolvimento.
Ficou ainda no ar um convite: O ministro brasileiro convidou João Lourenço a visitar o Brasil no próximo ano. "Trouxe uma carta e um convite do Presidente Jair Bolsonaro para uma visita do Presidente João Lourenço ao Brasil" em 2020, disse Ernesto Araújo.