A garantia foi transmitida em Luanda pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Teresa Ribeiro, no início de uma visita de trabalho a Angola.
"Vamos construir uma agenda que seja substantiva e que vá influenciar os próximos passos que nós dermos em matéria de cimeiras, de visitas entre os dois países. Criar substância", enfatizou a governante portuguesa, após reunir-se em Luanda com a homóloga angolana, Ângela Bragança, no Ministério das Relações Exteriores de Angola.
"Chegamos à conclusão que, de facto, temos de lhe dar [à cooperação bilateral] novas substâncias, temos que a articular melhor com a agenda multilateral", defendeu Teresa Ribeiro, no início de uma visita de três dias.
O objectivo é "preparar um trabalho sólido" para as planeadas visitas a Angola do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do primeiro-ministro, António Costa, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Visitas que, admitiu, podem acontecer ainda este ano ou no início de 2016, mantendo-se em cima da mesa a possibilidade de uma cimeira bilateral ao mais alto nível.
"Estamos a trabalhar para isso", disse a governante portuguesa, questionada pela Lusa sobre a realização da cimeira entre Portugal e Angola, que chegou a estar prevista para 2014, mas que com o anúncio do fim da parceria estratégica entre os dois países, feito no ano anterior pelo Presidente José Eduardo dos Santos, nunca chegou a acontecer.
No mesmo sentido, a secretária de Estado para a Cooperação de Angola, Ângela Bragança, apontou a vontade de Angola em estreitar o nível de cooperação bilateral.
"Angola e Portugal querem trilhar um caminho diferente em temos de cooperação. Uma cooperação que seja plasmada em mais-valias, sobretudo no caso de Angola que vá ao encontro daquilo que é o apoio de Portugal à diversificação da economia", disse a governante angolana, após a reunião com Teresa Ribeiro.
Entretanto, acrescentou, equipas técnicas dos dois governos foram já criadas para definir projectos comuns de cooperação, em domínios como Agricultura, Saúde ou Educação.
"Nós queremos é que haja realismo e objectividade, que ponham de parte tendência que não fazem parte da agenda de cooperação e amizade que há entre os nossos povos e países", apontou Ângela Bragança.
Trata-se da terceira visita a Luanda de um membro do actual Governo português em menos de três meses, depois das deslocações do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e do secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Jorge Costa Oliveira.
Durante a visita a Luanda, até Sexta-feira, a governante portuguesa reúne-se com responsáveis dos ministérios do Planeamento, Finanças, Saúde, Educação, Ensino Superior, Agricultura e Desenvolvimento Rural, Energia e Águas. O programa da deslocação inclui ainda visitas a projectos da cooperação portuguesa em Angola nas áreas da Educação e Técnico-Militar.