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Política

Investimentos entre Portugal e Angola passam a ter acompanhamento político

O ministro da Economia português, António Pires de Lima, afirmou esta terça-feira que o novo Observatório dos investimentos angolanos em Portugal e portugueses em Angola, agora criado, vai permitir o acompanhamento político dos projectos mais relevantes para os dois países.

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O governante português falava à margem da assinatura, em Luanda, em conjunto com o congénere angolano, Abraão Gourgel, do acordo que formaliza a criação deste observatório, durante o primeiro Fórum Empresarial Angola-Portugal. "O observatório que hoje arranca penso que é um instrumento fundamental para, ao nível politico, se fazer o acompanhamento necessário dos projectos de investimento que precisam de ser acelerados, portugueses em Angola e de Angola em Portugal", apontou o ministro português.

Este observatório reuniu-se ontem pela primeira vez e terá como função principal "acompanhar os processos de análise de candidaturas de investimento, identificar obstáculos e seleccionar vias ou instrumentos para ultrapassar os constrangimentos", informou o Ministério da Economia angolano. Foi lançado durante o primeiro Fórum Empresarial Angola-Portugal, que juntou na capital angolana cerca de 600 empresários dos dois países para debater os problemas e potencialidades dos investimentos recíprocos, representando, segundo Pires de Lima, um "sinal muito importante de compromisso entre Angola e Portugal".

Além da delegação portuguesa e dos empresários dos dois países, marcaram presença neste fórum quatro ministros angolanos, com o encontro a concluir pela necessidade de diversificação da economia de Angola, centrada (mais de 80 por cento das exportações) no petróleo. Por esse motivo, Pires de Lima apelou ao "agarrar o desafio" da diversificação da economia angolana, além do petróleo, enfatizando as "oportunidades grandes que merecem um estudo cuidado" por parte dos empresários nacionais.

Acrescentou que "gradualmente", tendo em conta o objectivo de industrialização angolana, as empresas nacionais devem começar a produzir em Angola, para depois garantir a própria expansão para o continente africano, e não apenas a importação sem valor acrescentado para este país.

Um dos exemplos deste movimento é a empresa Angonabeiro, criada pelo grupo português Nabeiro para o operar no mercado angolano, e que até à primeira semana de Julho vai oficializar a compra, por um milhão de dólares, da totalidade do capital da empresa pública de Angola para a produção de café Liangol, cuja gestão já assegura há 14 anos a convite do Governo.

"Este tipo de fórum é saudável e só peca por tardio. Este engajamento entre Portugal e Angola é muito grande e mesmo num ano de muitas dificuldades e da propalada crise, a economia angolana continua a crescer", observou o director-geral da Angonabeiro, José Carlos Beato. A Angonabeiro já lançou uma marca própria de café para o mercado angolano (Ginga), além do tradicional Delta, que também comercializa, sendo líder de vendas no país. As vendas da empresa angolana do grupo Nabeiro, uma das que esteve presente no fórum, cresceram 32 por cento em 2014, face ao ano anterior, com um volume de facturação anual que se cifra acima dos 20 milhões de dólares.

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