A estabilidade no preço do mercado de rua, após o pico de Junho, acontece enquanto o acesso a dólares ou euros nos bancos permanece com fortes limitações, sendo por isso uma alternativa para muitos cidadãos, nacionais e estrangeiros, que necessitam de divisas.
Na habitual ronda semanal pelas ruas da capital, a Lusa constatou que se mantém a falta de moeda nacional o que, segundo as 'kinguilas' de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, um negócio ilegal, justifica nova ligeira descida dos preços.
A venda de cada dólar estava fixa nos 480 kwanzas no bairro do São Paulo, no bairro dos Mártires de Kifangondo e na Mutamba, enquanto as 'kinguilas' do Maculusso transaccionavam a nota a 490 kwanzas, embora avisando que "não há" moeda nacional para a troca. Há mais de dois meses que a taxa média nestes pontos se mantinha praticamente inalterada nos 490 kwanzas.
É que face à falta de dólares, nacionais e estrangeiros voltam-se para o mercado de rua para comprar divisas, embora a taxas especulativas, que até já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em Agosto e Julho, depois de máximos de 630 kwanzas em Junho.
A inflação também se ressente desta conjuntura e os preços a 12 meses ultrapassaram, segundo o Instituto Nacional de Estatística angolano, os 41 por cento de aumento, até Novembro.