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CPLP encontrou-se em Portugal. Angola deu voz ao Zaire e arrancou aplausos

Passavam já largos minutos das 09h30 quando Mário Costa, Presidente da UE-CPLP, deu como inaugurada uma “oportunidade única para fazer negócios”. Referia-se ao Fórum da União de Exportadores da CPLP, que escolheu o maior centro de congressos de Portugal para ser palco da sua quinta edição.

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“Quase ninguém tem dúvidas de que a CPLP pode ser uma das grandes potências a nível mundial”, começou por dizer, destacando o fórum como “uma porta aberta para os negócios”, assim como “os milhares de B2B agendados”.

Com o desejo de que o evento se torne uma “marca registada”, o programa destacava uma mostra empresarial contínua, ao longo dos dois dias do fórum, Sexta-feira e Sábado. Ponto de paragem obrigatório foram ainda as salas temáticas dedicadas a cada um dos países da comunidade e a grande conferência, que discutiu a CPLP como “Um Mundo de Oportunidade de Negócio”.

Da comitiva angolana – uma das maiores no âmbito das representações da comunidade – marcaram presença José Joanes André, Governador da Província do Zaire, Eliseu Gaspar, Representante da Associação Industrial de Angola, Lopes Paulo, Administrador para a área de Exportações da APIEX, Eduardo Jorge Chilembo, Director Provincial das Obras Públicas do Zaire e Amadeu Leitão Nunes, Representante Comercial da Embaixada da República de Angola em Portugal.

Zaire: Terra agrícola e do ouro negro

Portugal, como país anfitrião, estreou as salas temáticas. Auditório cheio. Seguiu-se Angola e ninguém arredou pé. “Achámos por bem dar um novo formato às nossas participações”, afirmou Eliseu Gaspar, justificando a presença da província do Zaire em representação de Angola, uma novidade. Deixar a teoria e passar à prática foi o mote inicial, antes de uma antevisão do potencial da província fronteiriça e colocando em aberto uma missão empresarial a Angola, em parceria com a CPLP.

Por entre aplausos, Eliseu cedeu o seu lugar no palco a José Joanes André, papel máximo na administração da província. Ao apresentar “o seu Zaire”, o Governador não deixou escapar o entusiamo. Situada a província geograficamente, e sem deixar de pedir o apoio da comunidade à candidatura de Mbanza Congo a Património da Humanidade, o engenheiro começou por elencar os atractivos da província, com especial enfoque nos recursos naturais.

Arrancando sorrisos da plateia ao dar a conhecer que o Zaire tem o rio mais profundo do mundo, destacou o clima da província, propício à chuva e, consequentemente, aos investimentos agrícolas. Avançou ainda que a produção de mandioca será alvo de investimento privado chinês, passando de quatro toneladas por semana para cerca de 250 toneladas por dia.

Seguiu-se um elencar de atractivos, desconhecidos por muitos, e que passam por potencialidades desde as pescas, à indústria, ao turismo, ao “ouro negro” (petróleo), e aos projectos de gás deste derivados. Exemplos concretos de acessos, energia, plataformas logísticas e recursos humanos davam garantias às palavras do governador.

“O futuro nem chega para tudo o que temos!”, referiu, mostrando o Zaire como um “corredor privilegiado” em África, que exporta apenas cinco por cento da sua capacidade. “A nossa terra permite produzir quase tudo o que é bom no mundo”, encaixa ainda.

Sempre em tom divertido, e muito à vontade com a plateia, o governador pediu ainda “três minutinhos” para algumas palavras de Lopes Paulo, que referiu de imediato que a apresentação mostrou “apenas o potencial de uma província” de Angola.

O administrador da Agência para a Promoção do Investimento e Exportações de Angola (APIEX) reafirmou o seu apoio à província do Zaire, colocando a agência como um parceiro das empresas, onde encontrarão “todo o apoio institucional” necessário. Dando conta das mudanças na Lei do Investimento Privado, que simplificam os montantes a investir, referiu ainda que os vistos não serão um problema para quem quer investir na província e que os incentivos fiscais se farão sentir.

“A APIEX é a vossa porta de entrada no país e será a vossa porta de saída para a exportação dos produtos produzidos no país”, afirmou, referindo que a simplificação da burocracia permite agora “criar uma empresa em cada três dias”.

Na sua curta intervenção, o representante da agência de investimento oficial de Angola referiu o já comum “Angola não é só Luanda”, mostrando o seu optimismo pela retoma do preço do petróleo e, consequentemente, na disponibilidade de divisas. “Estão a ser criadas condições para que os privados possam investir”, concluiu.

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